Policial
Criminosos
por Acaso
Humor e tensão levam o filme que conta a
história de um assalto onde o espectador acaba torcendo pelo
bandido
Ramiro
Zwetsch
Este
é um daqueles filmes em que você acaba torcendo pelo bandido.
No policial Criminosos por Acaso, Ray (Robert Carlyle,
Ou Tudo ou Nada) é um cara simpático, idealista e apaixonado
por uma bela garota, Connie (Lena Headey, Vestígios do
Dia). Mas é também um experiente assaltante. Com uma turma
de foras-da-lei, ele bola um roubo em um depósito bancário,
planejando ganhar o suficiente para se aposentar da vida do
crime. Durante a ação, no entanto, alguns imprevistos acontecem
e o lucro acaba sendo bem menor que o esperado.
Após o
assalto, o humor (levemente negro) que pontuava o filme dá
lugar à tensão. A frustração dos assaltantes esquenta a trama,
criando uma atmosfera nervosa, dominada pela desconfiança
e por sucessivas traições. Ray está longe de se enquadrar
no perfil de bandido “do mal”. Ao contrário, ele cumpre o
papel de Robin Hood urbano - roubando apenas de quem tem de
dinheiro de sobra - e conquista o espectador como um herói.
A diretora Antônia Bird (O Padre, 1994) foge do convencional
ao filmar o ponto de vista do vilão, mostrando o lado humano
e cheio de conflitos dos criminosos. Como em todo filme do
gênero, a polícia está presente na trama, mas neste caso os
policiais são anônimos e não merecem nem mesmo um papel coadjuvante.
Quando o herói é o vilão
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