Seriado
Carreira
internacional
Seriado Mulher é
campeão de audiência em alguns países
da Europa
Edla van
Steen
Não
é difícil entender por que o seriado Mulher
é campeão das noites de sábado em Portugal,
com uma média de 14% da audiência, e nas noites
de quinta-feira, na Rússia, só perde para a
novela Anjo Mau, o programa de maior audiência da televisão
russa. Diga-se o que se disser da série Mulher, é
preciso antes elogiar a qualidade do texto, da direção
e da interpretação.
Cada episódio
aborda sempre histórias de duas médicas - as
doutoras Martha (Eva Wilma) e Cris (Patrícia Pillar)
-, de gerações diferentes e diversos conceitos
sobre a profissão. Desenvolve ainda uma trama novelesca
para tratar dos temas mais variados: parto, repressão
sexual, AIDS, câncer, aborto, primeira relação
sexual, droga, inseminação artificial, frigidez,
síndrome de Down, eutanásia. Sem querer ser
didático, insere com inteligência e sensibilidade
assuntos que os espectadores não têm coragem
de trazer para o centro das conversas familiares. Deve produzir
efeito muito positivo em cidades sem hospitais e com parcos
recursos médicos. Por isso, o seriado Mulher deve o
êxito, em grande parte, de seus mais de 40 episódios
apresentados até agora, aos autores Antonio Calmon
(criador), Euclydes Marinho, Álvaro Ramos, Doc Comparato,
Geraldo Carneiro e Maria Adelaide Amaral.
Eva Wilma
defende com garra e verossimilhança a chefe da clínica
para mulheres, às vésperas da aposentadoria
e do momento de escolher a substituta, a doutora Cris, igualmente
bem interpretada por Patrícia Pillar. Atores consagrados,
como Vera Fischer, Christiane Torloni e Gianfrancesco Guarnieri,
protagonizaram as histórias, emprestando categoria
aos personagens vividos. Por conta do sucesso na tevê
portuguesa, Eva Wilma foi convidada para estrelar uma peça
em Lisboa. Mulher também começou a ser transmitido
recentemente na Eslovênia e no Canadá e acaba
de ser vendido para uma tevê a cabo do interior da França.
Globo (Terça, 22h30)
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