Alterei a configuração da BIOS para inicialização pelo CD-ROM, o boot foi feito normalmente e escolhi a interface gráfica para começar a instalação. A interface está toda em português o que facilita muito a instalação para usuários iniciantes. Usei toda a extensão do meu HD, não fiz nenhuma partição. Escolhi usar os pacotes com o KDE como interface gráfica. A distribuição oferece também o Gnome ou FVWM2, entre outros.
O primeiro problema, a minha placa de vÃdeo não foi detectada corretamente. Corrigi o problema manualmente, o que foi bastante complicado. Terminada a instalação, reiniciei a máquina e o Definity começou a ser carregado normalmente, apenas notei um erro no script que verifica a integridade do HD. Apareceram algumas mensagens de erro que ignorei no momento. Sem parar para verificar o motivo dos erros, continuei a iniciar a máquina normalmente.
Mais um percalço. Como a configuração do XWindow estava errada, o login gráfico (xdm) não funcionou na primeira vez. Contornei o problema logando como root e usando o xf86config acertei a configuração do XWindow. Que alÃvio, finalmente o o prompt de login gráfico passou a funcionar.
Os softwares colocados no Definity Linux são bem escolhidos e atendem desde o usuário final até aqueles que gostariam de montar um servidor de WWW, FTP ou Samba. Há tambem o Mysql (versão 3.23.41) que é uma excelente opção para quem precisa de um banco de dados. A vantagem para quem está preocupado com segurança é que a distribuição vem com um firewall simples (IPtables) que tranquiliza mais o usuário. A distribuição já vem pronta também para fazer uma VPN (Virtual Private Network), por incluir o software FreeSwan nos pacotes.
O seu /etc é diferente das demais distribuições, para quem está acustumado com o Slackware ele é bastante simples e de fácil configuração, porém um pequeno "How-To" para os ávidos novatos desinformados seria uma ótima ajuda. O gerenciamento de pacotes é feito com o dpak, que possui poucos comandos e é bastante prático de usar. Ele converte .rpm e .tgz para .dpak. Os pacotes que estão dentro do CD são distribuidos da seguinte forma:
/cdrom/definity/
- a1 -> Sistema básico do Linux
- ap1 -> Aplicações genéricas
- d1 -> Desenvolvimento
- e1 -> GNU Emacs
- f1 -> Documentação HOWTO
- gtk1 -> Programas GTK+ e GNOME
- k1 -> Fonte do kernel do Linux
- kde1 -> QT e o ambiente K Desktop
- n1 -> Rede (TCP/IP, UUCP, Mail, News, VPN)
- t1 -> Software de editoração TeX
- tcl1 -> Linguagens interpretadas Tcl/Tk
- x1 -> XFree86 - sistema básico do ambiente X
- xap1 -> Aplicações para o ambiente X
- xv1 -> XViews (Gerenciador de janelas OpenLook e aplicativos)
- y1 -> Jogos que não necessitam do ambiente X
É possÃvel escolher quais queremos na hora da instalação. Os pacotes que são obrigatórios para o Definity Linux estão marcados como requeridos. Todas as dependências parecem estar bem resolvidas, embora não tenha testado todos os programas instalados.
Senti falta do Open Office, muito embora o KDE ou o Gnome tenham um pacote "office like" bastante completo. Falta ainda uma melhor descrição dos pacotes e seus usos, o Tex por exemplo é um excelente programa de editoração de texto mas poucos usuários o conhecem. Outra coisa que chega a irritar é a ampla variedade de programas que fazem a mesma coisa e que ninguém avisa. Por exemplo, posso navegar com o Konqueror mas tambem posso navegar com o Mozilla ou com o Netscape etc. Isso acaba enchendo o HD e confundindo o usuário.
Como utilizo banco de dados, senti falta do PostgreSQL na distribuição. Na verdade falta uma separação bem clara nos pacotes de instalação, mostrando opções para usuário final (que só precisa escrever um texto, fazer uma planilha, fazer uma apresentação, navegar e usar o e-mail); daqueles que precisam de configurações para servidores.
Passados todas as turbulências e as boas descobertas, a minha sensação final com o Definity Linux foi boa. Fiquei querendo mais, infelizmente o site da Definity não traz mais informações. Não só informações mas esclarecimentos gerais são o que mais senti falta nessa versão do Linux. Afinal, todos sabemos que no mercado de servidores o Linux está muito bem, obrigado. Mas e o usuário final? Instalar o Linux deveria ser tão fácil e leve como fica nossa consciência ao utilizar software livre. Espero que o pessoal da Definity venha a pensar nisso para as próximas versões.
Distribuidor de Linux 100% brasileiro, a Definity Linux tem verde e amarelo até na caixa do sistema. A empresa de Campinas possui ainda treinamento e certificação Linux. A distribuição custa R$ 65.
* Roberto Conti é especialista em Linux e topou heroicamente fazer uma série de resenhas sobre distribuições Linux brasileiras. Conti só se preocupa com a quantidade de testes que sua placa de vÃdeo pode aguentar.