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Logo Magnet Futura versão do Windows já gera polêmica

Quinta, 21 de novembro de 2002, 11h22

A Microsoft já anunciou o lançamento de uma futura versão do seu sistema operacional Windows com tecnologia chamada Palladium. Apesar de ainda ser um vapourware, sem data oficial para lançamento, a versão do OS já está gerando sua cota de polêmica.

Apesar da Microsoft negar que o novo Windows segue o modelo proposto pelo consórcio de gigantes da tecnologia chamado de TCPA (Trusted Computing Platform Alliance), o produto tem a infra-estrutura necessária para o consócio das gigantes do entretenimento implantarem o DRM (Digital rights management).

Nas breves linhas que essa coluna nos permite vamos tentar elucidar o que vem a ser "plataforma" TCPA e o DRM e as principais características do Windows PD. Acredito que cabe falar sobre esse assunto nessa coluna sobre software livre porque veremos como a TCPA em conjunto com outras leis americanas podem simplesmente acabar (sem paranóias, por favor!) com o software livre.

Dr. Fritz e o "remédio" TCPA
No final dos anos 90, um consórcio proposto pela Intel reuniu aproximadamente 200 das maiores empresas de software com objetivo de criar a especificação de uma plataforma de computação confiável. Todos sabemos que o termo "confiável" é bastante relativo. Para a TCPA, um sistema computacional confiável é aquele em que apenas poderão ser executados programas confiáveis e não que ele seja imune a falhas de segurança.

A solução proposta une a incorporação de novos dispositivos de hardware ao PC a soluções de segurança de criptografia de chaves públicas e privadas. Ao iniciar o processo de boot, um novo chip, apelidado jocosamente de Fritz Chip (em alusão ao nome do senador americado que propôs leis que favorecem a TCPA), é acionado e checaria a integridade dos dispositivos e do sistema operacional de forma gradual em relação a uma tabela de dispositivos e softwares certificados.

Caso alguma mudança significativa tivesse acontecido, o equipamento teria que ser re-certificado. Caso tudo estivesse "confiável", numa etapa seguinte poderiam ser acionados protocolos de autenticação com terceiros (por exemplo, uma instituição de direitos autorais da indústria fonográfica) para verificar outros softwares e/ou dados utilizados.

Alguém lembrou do esquema de licenciamento do Windows XP? Se o usuário decidir trocar muitos dispositivos, necessitando a reinstalação do sistema repetidamente, pode ser necessário licenciá-lo novamente.

DRM: uma caixa preta no seu HD
Alguém tem dúvidas que a industria de entretenimento não está achando nenhuma graça nos programas P2P para compartilhamento de arquivos? Assim como as empresas de tecnologia, as empresas de entretenimento não estão medindo esforços para combater as "cópias-não-autorizadas" de seus produtos.

A solução proposta é a criação de mecanismo de controle de cópias não autorizadas diretamente nos dispositivos reprodutores. No caso dos computadores, a indústria pleiteia ter um método de controle direto.

Juntando uma coisa com a outra, apesar de serem iniciativas diferentes, num cenário em que a TCPA venha a trabalhar em conjunto com a DRM, as empresas de software e entretenimento poderiam ter acesso direto aos computadores dos usuários para impedir que eles tenha cópias não autorizadas.

Evidentemente que a imagem de um "espião digital" que vá verificar uma a uma as máquinas não passa de imaginação, mas como os programas e os dados seria certificados através de mecanismos de autenticação e toda essa infra-estrutura é naturalmente software proprietário, ou seja uma caixa preta, nunca saberíamos o que é autenticado e o que passa através dos meios de comunicação.

Palladium ou Windows "1984"
Apesar da FAQ do Palladium da Microsoft negar que ele seja uma implementação da TCPA, ele segue quase fielmente as especificações, talvez só não siga integralmente porque a Microsoft não tem como política seguir nenhuma especificação fielmente mesmo. Será que a Microsoft também pretende criar algo como uma "TCPA estendida" incompatível com os padrões?

O Windows DP será baseado em quatro pilares, de acordo com o especialista Marcelo Nardelli Pinto Santana, que escreveu "Uma visão da Proposta de Plataforma Microsoft Palladium":

Curtained Memory: Habilidade de proteger/esconder páginas da memória principal de modo a garantir que nenhuma aplicação poderia ser modificada ou observada por outra aplicação (ou mesmo pelo próprio sistema operacional)

Attestation: Habilidade de um pedaço de código assinar digitalmente um punhado de dados e assegurar a quem quer que receba esses dados assinados que eles foram construídos por um software não-falsificado, identificado criptograficamente.

Sealed Storage: Habilidade de armazenar informações de forma segura de modo que uma aplicação Palladium possa determinar que aquelas informações só serão acessadas por ela ou por um conjunto de componentes confiáveis que podem ser criptograficamente identificados de maneira segura.

Secure Input and Output: Existência de um caminho seguro desde o teclado e o mouse até uma aplicação Palladium e desta até uma região na tela do computador.

Alguém pode estar se perguntando: "mas se esse novo sistema pode evitar que programas ilegais sejam executados, então ele também pode evitar os vírus e isso é uma coisa muito boa". Acontece que o próprio FAQ da Microsoft se apressa a afirmar que o Windows PD não será "imune" a vírus. Muito bonita essa sinceridade, mas não seria o caso de se perguntar até que ponto esse sistema será mais seguro e confiável? Será que não se trata apenas de um sistema com mais mecanismos para vender mais licenças da Microsoft e implantar a DRM?

Pelo que foi visto o novo sistema da Microsoft terá um mecanismo de autenticação, um monitor confiável que dará permissão para que os programas "confiáveis" possam ser executados. E quem difinirá o que é "confiável"? O presidente da empresa já afirmou que os programas licenciados sob a GNU GPL (Linux, Apache, OpenOffice, KDE, etc) são como um "câncer". Será que ela vai voltar atrás e enquadrar os milhares de software GNU na categoria de "confiável" ou a Microsoft vai utilizar o Windows PD para restringir a utilização de sofftware GNU nos computadores? Para mim a resposta é óbvia. E para você?

Essas indagações também foram feitas pelo idealizador do site www.windows1984.org. O site é uma alusão ao clássico de George Orwell "1984" que fala de uma sociedade totalitária controlada através da tecnologia. Uma ironia muito bem bolada.

Cláudio M. Machado

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