Brasil pode ser bloqueado por causa de spam
Sexta, 25 de outubro de 2002, 11h50
Quem considera o spam um meio eficaz e barato de alavancar seus negócios deveria visitar a página www.isp-planet.com/technology/2002/brazil_bol.html. Nela, representantes de provedores estrangeiros discutem a possibilidade de bloquear, total ou parcialmente, os e-mails vindos do Brasil, o que não seria nada bom para o paÃs e para os negócios, na Internet ou fora dela. E o motivo do bloqueio, claro, é a praga do spam. Em uma seqüência de mensagens que leva o tÃtulo em inglês de "E-Mail do Brasil não é bem-vindo aqui", um dos integrantes da lista ISP-Tech reclama que não consegue barrar os spams vindos de um bloco de IPs brasileiro. Simplesmente porque o sujeito que os envia tem acesso a toda a rede e muda o endereço de origem das mensagens poucos minutos depois de elas terem sido bloqueadas. As sugestões do grupo se sucedem, desde a adição de listas negras à s regras do servidor de e-mail, até um bloqueio total do paÃs. Uma das listas sugeridas, a Blackholes.us, apresenta uma relação dos paÃses considerados amigáveis ao spam. A relação é pequena. Atualmente conta com apenas 13 paÃses do mundo, a maioria da Ãsia (a China, por exemplo, é notoriamente negligente em relação à s denúncias de spam). Mas o Brasil está indo pelo mesmo caminho e, junto com a Argentina, forma a única dupla de paÃses do Ocidente a constar da Blackholes.us. Qualquer pessoa que já usa a Internet há alguns anos percebe que a quantidade de spam tem aumentado muito. E isso não ocorre só aqui, mas em qualquer parte do mundo. As diferenças são a forma como os provedores e outras empresas ligadas ao acesso à Internet tratam as denúncias, e a existência de leis e punições para a prática. No Brasil, há apenas projetos de lei tramitando no Congresso e as leis já existentes de defesa do consumidor, que poderiam ser aplicadas em alguns casos, não têm sido acatadas por juÃzes e promotores para punir spammers. Os provedores e operadoras nacionais, por sua vez, parecem estar sendo palco de uma queda de braço entre os departamentos técnico e comercial. De um lado, os administradores de redes desejam combater o spam, que lhes dá cada vez mais trabalho. De outro, o departamento comercial prefere manter um cliente, mesmo sendo ele um spammer, a perder seu pagamento no final do mês. E, pelo jeito, o lucro imediato tem falado mais alto. A situação só vai mudar quando novas leis forem aprovadas, ou quando as empresas perceberem que permitir o spam pode trazer muito mais prejuÃzo financeiro do que combatê-lo. Mesmo assim, corre-se o risco de já ser tarde demais, pois é difÃcil livrar-se de uma má fama adquirida.
Giordani Rodrigues
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