A fabricante líder de computadores do país, Metron, anunciou na quinta-feira sua primeira linha de micros de mesa, notebooks e servidores equipados com o sistema operacional Linux. O objetivo é aumentar as vendas com a oferta de produtos mais baratos. "Agora o Linux é muito mais amigável e com todo esse cenário de (alta do) dólar e crise econômica achamos que seria ideal soltar (produtos com o sistema) agora", afirmou o diretor comercial e de marketing da Metron, Cássio Fernandes Augusto. O sistema Linux é distribuído gratuitamente, e por isso reduz o preço final dos computadores.Os novos produtos da fabricante incluem desktops e servidores equipados com processadores da Intel e da AMD e notebooks com chips Intel. Os computadores devem chegar às lojas na primeira semana de novembro. Todas as novas máquinas rodam a versão do sistema operacional distribuído pela brasileira Conectiva.
A Metron, primeira fabricante nacional a lançar computadores equipados com Linux, foi fundada em 1984 como uma empresa fabricante de taxímetros eletrônicos. Com a abertura do mercado brasileiro pelo governo Collor em 1992, a companhia mudou seu foco e passou a montar computadores de mesa e servidores.
Segundo Augusto, o lançamento de máquinas Linux não representa um fim de relacionamento da fabricante com a Microsoft, que produz o Windows, mas sim reflete a intenção da empresa em obter receita extra com produtos mais baratos. Os computadores de mesa equipados com Linux custam 20% a menos do que as máquinas com Windows. Com isso, o modelo mais acessível da empresa passa a custar R$ 1.899.
Com essa redução no preço dos equipamentos, a Metron espera aumentar as suas vendas este ano em 10%. No ano passado, a empresa comercializou 200 mil micros, sendo 70% deles para o mercado doméstico. "A máquina Linux é uma alternativa perante o cenário que nós temos", disse Augusto, acrescentando que 90% do custo dos computadores da Metron é dolarizado. Na quinta-feira, o dólar atingiu a cotação recorde de R$ 4.
No começo do ano, a Metron apostava num crescimento de 25% das vendas em 2002, mas posteriormente reviu o taxa para zero devido a instabilidade cambial. A Metron fechou um pedido para a entrega de mil computadores Linux para instalação na rede de varejo de móveis Marabraz e recebeu demonstrações de interesse de grandes revendedores como Ponto Frio, Extra e Wal-Mart.
A empresa estima que irá faturar este ano, quando foi lançada a linha de notebooks, cerca de R$ 400 milhões. Em 2001, o faturamento foi de R$ 320 milhões e em 2000, R$ 238 milhões. A Metron tem 350 funcionários e uma fábrica em São Paulo.