Uma pequena empresa norte-americana quer levar o mundo dos videogames para quem não pode ver. "Vídeo" quer dizer "visão", mas o criador da empresa Jeremie Spitzer, não se importa com isto. Após lançar seu primeiro produto, um simples jogo de pôquer virtual para cegos, a empresa, ZForm, agora tem o ambicioso projeto de trazer nada menos que o Quake para quem não pode ver. A idéia é fazer o jogo de tal maneira que os cegos (ou visualmente prejudicados, como preferem os norte-americanos) não apenas possam circular pelos corredores labirínticos e atirar em monstros, como também competir em igualdade de condições contra oponentes humanos de visão perfeita. Como? O segredo é criar um sistema de dicas sonoras que traduzem em som o que acontece na tela.
Ao passar por uma porta aberta à sua esquerda, por exemplo, o jogador ouve um assobio de vento vindo daquela direção. Do mesmo modo, armas, inimigos e pacotes de energia fazem cada qual um ruído característico, que permite ao jogador saber onde se localizam. Tudo é feito graças ao sistema de som 3D, que engana o labirinto humano dando a impressão de que sons vêm dos lados, de frente ou de trás, graças à diferença no volume relativo entre os fones de ouvido.
O Quake para cegos ainda está em desenvolvimento, mas consta que durante uma demonstração para desenvolvedores de outras empresas, um dos sócios da ZForm, que é cego, disputou uma partida de Quake contra os incrédulos presentes. E massacrou todos eles.