Portadora da síndrome Osteogênese Imperfecta, doença que causa má formação dos ossos, Célia Regina Vieira é professora de Química Orgânica na Universidade Federal do Ceará (UFC) há 23 anos. Quando a universidade começou a facilitar a compra de computadores para professores, o seu interesse foi imediato. "Quando comprei o meu micro, há seis anos, eu pensava na facilidade de fazer os relatórios da universidade, as provas e até os desenhos de estruturas químicas", confessa. Mas aí a professora se conectou à Internet pela primeira vez. "Como eu já participava de grupos e associações de deficientes físicos, saí a procura de outras representações no Brasil, mas achei poucos sites", lembra.
Um deles, porém, chamou a sua atenção. Trazia depoimentos de pessoas portadoras de deficiência física, com e-mails e links para outros sites. Célia não teve dúvida, mandou um texto contando toda a sua experiência e convivência com a síndrome da Osteogênese Imperfecta. A resposta foi quase que imediata. "Imagino que, por não haver tantos sites sobre o assunto naquela época, muita gente passou a me procurar", conta a professora.
Como Célia passava bastante tempo navegando, respondendo e-mails, pequisando sobre medicações e tratamentos, resolveu fazer a sua homepage. Nela, fala sobre a sua rotina agitada de professora, pesquisadora, representante do Norte e Nordeste da Associação Brasileira de Osteogênese Imperfecta, e como ainda encontra tempo para a natação, fisioterapia, família, afazeres de casa e vida social.
Com tantas atividades, Célia teve que restringir a navegação. Além da falta de tempo, as suas mãos sofrem com a tendinite pelo uso da muleta. A única coisa que ajuda é um trackball, um tipo de mouse com a "bolinha" para cima, que você movimenta com os dedos. Ideal mesmo, seria um programa de comando de voz mas ela já testou duas vezes o Via Voice, que não rodou no seu micro.
Mesmo assim, Célia persiste e procura, dentro e fora da Rede, esclarecer, orientar, mostrar o que vêm sendo feito no Brasil na área de saúde de de assistência às pessoas portadoras de deficiências físicas. E, mais do que isso, mostrar para essas pessoas que "elas não são únicas, não estão sozinhas" e que podem e dvem levar uma vida normal dentro das suas limitações.