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Infoguerra A vida na Internet em 2004

Segunda, 29 de abril de 2002, 09h50

Bruce Simpson*

São 6h30 da manhã em algum dia de 2004.

O despertador toca e você levanta da cama para enfrentar os desafios do dia.

Após uma rápida ducha, você toma o café da manhã e se arrasta até o PC para verificar se nenhum e-mail chegou durante a noite.

Hmm... 231 novos e-mails, mas seus filtros dizem que, destes, 217 provavelmente são spams. Apesar de terem sido colocados em outra pasta, você ainda terá de se certificar que não perdeu nenhuma mensagem importante que possa ter sido desviada acidentalmente pelo programa imperfeito.

Maldição, parece que você recebeu também 5 novos anexos contendo vírus e trojans, e um deles possui 20 Mb de tamanho — significa mais $ 4 na sua conta de DSL.

Repentinamente, um diálogo pop-up aparece, avisando que há duas novas atualizações de segurança do Windows que devem ser instaladas, totalizando cerca de 60 Mb em tamanho (um custo de mais $ 12 no tráfego).

Você sabe que, baixando essas atualizações, terá de reiniciar o computador, mas você está com pressa, então clica no botão "cancela" e inicia seu navegador para buscar as últimas notícias e manchetes.

Em segundos, a área de trabalho do PC revive com pop-ups piscando, e banners de propaganda animados — mas hoje em dia você já está acostumado a esses anúncios altamente intrusivos.

Outra caixa de diálogo aparece, desta vez alertando-o de que a sua licença do Windows XP 2004 irá expirar em 10 dias. Isso o lembra que, se você se esquecer de renovar a licença (mais $ 199), não conseguirá mais fazer o boot no seu PC.

Passam pela sua mente saudosas memórias dos tempos em que havia alternativas ao sistema operacional da Microsoft, mas isso foi antes de o governo perceber que o software é como o petróleo — uma mercadoria totalmente essencial para a vida da maioria das pessoas e para a saúde dos negócios.

A legislação aprovada em 2003 exige que todos os vendedores e desenvolvedores adquiram uma licença específica para trabalhar, e impõe a cobrança de um tributo de 45% sobre todas as vendas. Claro, e graças à exultação da Microsoft, isto acabou por destruir o movimento do Código Aberto, pois ser um fornecedor não-licenciado de software significa estar sujeito à aplicação de uma dura multa ou até mesmo um período na cadeia, já que essas licenças são incrivelmente caras.

Você digita "cnn.com" e entra com sua ID e senha associadas à sua assinatura mensal. Você se lembra de quando centenas de sites deixavam disponíveis as últimas notícias de graça? Hoje, não mais. Claro, ainda há uns poucos, mas eles constantemente são processados pelos "grandes nomes", que alegam a ocorrência de violação dos direitos autorais. Apesar dessas medidas judiciais inevitavelmente não prosperarem, o custo dos processos significa a extinção desses sites independentes de notícias em poucos meses.

Operando o controle remoto, você liga seu dispositivo que toca músicas digitais, e se surpreende com o fato de que 95% do poder de computação do aparelho é dedicado ao sofisticado sistema de gerenciamento digital de direitos.

Após uma tentativa mal-sucedida de proteger os CDs de cópias não-autorizadas, a indústria das gravadoras obrigou a todos a utilização de um novo formato de mini-CD, cuja proteção ainda não foi burlada (apesar de existirem rumores de que alguns russos já conseguiram). Você não pode mais comprar músicas em CDs, e as velhas mídias CDR/RW agora custam $ 10 cada, graças ao imposto de $ 9 exigido pela lei antipirataria de 2003.

Outra advertência aparece — "A sua licença para esta gravação expirou. Impossibilitado de tocar." Droga — mais $ 49 se você quiser ouvir aquela música por mais um ano. Você se questiona: se essas novas medidas significam a redução da pirataria, por que a música agora custa tão caro?

Você redige um rápido e-mail a um amigo, convidando-o para um almoço. Claro que você tomou o cuidado de não usar palavras como "bomba" e "avião" na mesma mensagem, com medo de atrair a atenção da nova polícia antiterrorismo. Depois de tudo que aconteceu, cada bit de informação que entra e sai de seu PC é rastreado pelas autoridades — sob a premissa de que é de interesse da segurança (inter)nacional, e que visa a redução da prática de crimes.

É interessante como eles supostamente podem detectar até mesmo um tom não-amigável em um e-mail, mas não podem (ou não conseguem) acabar com a maré sem fim do spam, não é mesmo?

De modo inesperado, a tela de seu PC se apaga, e aparece a imagem de uma mulher nua em uma pose sedutora. Oh não, mais um daqueles porno-hacks. Talvez você devesse ter baixado os tais patches de segurança, apesar de tudo.

Por um instante um sorriso toma sua face — você está pensando nos "bons e velhos tempos", quando a Internet era um lugar mais simples, equilibrado e seguro.

Então você retorna à realidade, percebendo que ainda são 7h05 e você já gastou $ 264.

(Bruce Simpson é editor do tradicional site neozelandês de notícias sobre tecnologia Aardvark, e gentilmente autorizou a tradução e publicação deste artigo. A tradução é de Omar Kaminski, advogado especializado em Direito da Informática e responsável pelo site Internet legal)

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