Papa promulga primeiro documento oficial via e-mail
Quinta, 22 de novembro de 2001, 12h43
O Papa assinou hoje, quinta-feira, o documento final do Sínodo de Bispos para a Oceania, no qual defende os aborígines e as culturas locais, e o enviou por Internet a todas as dioceses desse continente, a primeira vez na história da Igreja que se promulga um documento oficial dessa maneira. Até agora, o costume era que o Pontífice entregasse pessoalmente a Exortação Apostólica pós-Sinodal - como é chamado o texto de conclusão de um sínodo -, num país do continente sobre o qual tratou a assembléia. João Paulo II disse hoje no Vaticano que gostaria de ter viajado até a Oceania para entregá-lo em mãos, "mas não pôde fazê-lo", sem especificar o porquê. Assim, a Santa Sé, "dada a dispersão geográfica e a extensão do continente" decidiu que João Paulo II assinaria o documento no Palácio Apostólico e o enviaria imediatamente por e-mail a todas as dioceses da Oceania. A assinatura e o envio foram celebrados numa cerimônia solene, onde estiveram presentes 17 cardeais, 25 bispos e cerca de 30 sacerdotes e monjes, e na qual se escutaram os sons das conchas, típicas das tradições culturais da Oceânia, e uma jovem de Samoa, descalça e vestida tipicamente, dançou diante do Pontífice. Depois de assinar o documento, o Papa apertou a tecla de um computador portátil conectado à Internet e com a página de e-mail já preparada. Imediatamente foi possível ver através de vários monitores de televisão cada endereço eletrônico das dioceses de destino. Os presentes aplaudiram toda vez que aparecia o endereço eletrônico de uma importante diocese, como a da Austrália, da Nova Zelândia, do Tahití ou de Samoa, entre outras. Este sínodo foi realizado no Vaticano de 22 de novembro a 12 de dezembro de 1998 e o atraso para assinar o texto foi devido ao fato de que um ano depois aconteceu o Sínodo de Bispos para a Europa e em seguida o Ano Santo de 2000. Em seu discurso, o Papa defendeu uma nova evangelização da Oceania e depois de ressaltar os problemas que afetam o continente, destacando crises econômicas, instabilidade política, corrupção, conflitos étnicos, erosão dos valores tradicionais e a secularização, animou os cristãos a empreender esse novo caminho, com o apoio da Igreja.
EFE
Volta para a capa |
Volta para as notícias
|