O vírus VBS/Antrax, descoberto há poucos dias, está causando uma confusão generalizada entre as empresas antivírus. Além de cada uma ter batizado a praga com um nome diferente, o vírus atual está sendo descrito com definições antigas. O desencontro de informações também tem feito uma empresa soltar farpas contra outra.
A McAfee acusa a Panda e a Central Command de estarem exagerando a ameaça do VBS/Antrax, devido aos recentes casos de contaminação biológica pela bactéria Antraz nos EUA. Para a McAfee, a praga não passa de outra criação da ferramente VBS Worm Generator (VBSWG), e que é detectada por seu programa de proteção com o nome de VBS/Anjulie.gen@MM, um worm descoberto em março deste ano. "Esta variante em particular (o VBS/Antrax) não funciona, nem significa uma ameaça maior do que um baixo risco para qualquer um", diz a empresa.
O problema é que a descrição do VBS/Anjulie.gen@MM não corresponde à do VBS/Antrax. Para causar ainda mais confusão, a McAfee publicou em seu site informações sobre um outro vírus, chamado Anthrax (com h, como é a grafia da palavra em língua inglesa), descoberto em 1990. E, é claro, este não tem nada a ver com o atual. A empresa diz que a grafia do VBS/Antrax (sem o h) está errada, mas se esquece de que esse vírus chega com uma mensagem em espanhol, e é assim que a palavra é escrita nesse idioma.
Já a Sophos diz que recebeu vários pedidos de informação de seus usuários sobre um vírus chamado “Antrax” ou “Anthrax”. A empresa, por sua vez, chama o vírus de VBS/VBSWG-2B, e diz que ele foi descoberto há alguns meses.
Graham Cluley, consultor de tecnologia da Sophos, diz que "está desapontado por ver os concorrentes criando falatório em cima de um vírus como esse, especialmente no atual clima político".
As empresas que estão mais de acordo entre si são a Symantec, a Panda e a Central Command. As três descrevem o VBS/Antrax (por vezes com outros nomes), utilizando uma mensagem em espanhol, que pode variar, mas que sempre tenta enganar os usuários chamando-lhes a atenção para os atuais casos de contaminação humana pela bactéria Antraz.
A praga tenta infectar outros computadores através de mensagens de e-mail e canais de bate-papo de IRC. A Panda informa que há algumas variantes do vírus, criadas com o VBSWG 1.0, mas todas elas parecem conter um bug que as torna inoperantes. No entanto, já foi reportada a existência de uma variante gerada com a versão 2.0 do VBSWG, o que poderia ser suficiente para eliminar os bugs.
Nesta briga de definições entre as empresas, quem perde são os usuários de computador, já bastante confusos com a grande quantidade de novas ameaças que surgem quase todos os dias. Porém, se há algo de positivo em tudo isso, é que o episódio chama a atenção das pessoas e serve como um alerta para que não abram arquivos suspeitos, sejam eles relacionados à bactéria Antraz ou a outro assunto qualquer.