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Entrevista Gabriela Alves
"Tenho uma história própria, não sou apenas a filha da Tânia Alves"

Quinta, 04 de julho de 2002, 09h

Foto: Rogério Lorenzoni/Terra Gabriela Alves fala da dificuldade de estrear uma novela mexicana, critica a postura do SBT, comenta sobre as comparações que recebe com a mãe Tânia Alves e revela os projetos futuros. Confira logo abaixo a entrevista completa:


MARISOL

Você gosta da novela Marisol?

Fazer novela mexicana é um desafio porque é uma outra cultura de dramaturgia. Eu nunca tinha feito e nem imaginava fazer, mas acho importante ter essa experiência. Foi mais difícil do que eu imaginava fazer Marisol, mas posso dizer que gostei muito da minha personagem.

O que você não gostou na novela?

Sinto pena por eles não investirem na dramaturgia brasileira porque tem muita gente para falar do Brasil. Não concordo em importar uma cultura que não tem muito a ver com a nossa. Nós fazemos a melhor novela do mundo e pra mim não faz sentido importar uma novela mexicana.
Eu sabia que tudo eles levavam para um tom muito forte, mas eu achava que era só na forma de atuação, mas não é. O texto também te leva a um extremo. Os personagens são muito maniqueístas, o bom é muito bom e o mal é muito mal. Eles não têm uma humanidade.

O que trouxe de positivo sua participação na novela?

Através da novela desenvolvi o meu trabalho musical porque tive o aval de escolher o repertório da minha personagem, que na trama é uma cantora. Daí nasceu um show chamado Coração na Boca, formado com clássicos da MPB. Então montei uma banda e fiz apresentações em São Paulo. E desse show sairá a gravação do primeiro CD. Estou animadíssima com esses projetos porque está alimentando a minha alma.

A Globo ainda é a melhor emissora para se trabalhar?

Não tem muito que comparar. A Globo tem mais suporte, estrutura financeira e um histórico que a permite fazer trabalhos com uma qualidade indiscutível. O SBT já fez novelas maravilhosas como a Éramos Seis, mas eles fecharam esse contrato com a Televisa para produzir novelas mexicanas. O bom é que eu descobri que não é a minha linha de trabalho mesmo. Torço pelo SBT para ele consiga estruturar um núcleo de dramaturgia. Acho que existem bons profissionais no mercado, mas precisa ter uma equipe com mais conhecimento e que esteja habituado em fazer novela.

Como é seu dia de trabalho típico?

Varia muito. Normalmente eu tenho acordado às seis horas da manhã porque o SBT é longe. Eu levo uma hora para me arrumar. Começo a gravar às 10 horas da manhã. E levo mais uma hora para me arrumar no SBT. Chego em casa tão acabada que não penso em nada. Quero voltar a malhar e fazer as aulas de circo.

O que você mais aprendeu no SBT?

Que a gente não tem que ter preconceito em relação a nada na vida. Mas é importante ter um critério de valor. Você precisa estabelecer limite para tudo.

Como é contracenar com o Alexandre Frota?

Vivemos em universos diferentes. A gente se respeita. O próprio Frota fala que ele não é um ator e sim uma personalidade. Ele tem uma relação com o trabalho totalmente diferente da minha. Eu me concentro e me emociono. Uma das maiores lições que eu estou tendo é não ter preconceito. Se ele não faz parte do meu convívio, então não faz parte da minha vida. Mas eu acho que a gente tem que aprender a ser social e diplomático.

E o que você achou da Bárbara Paz sair de um reality show e protagonizar Marisol?

Eu acho que ela poderia ter tido mais preparação. O esquema de trabalho no SBT é tudo muito rápido. Você pode ser um bom ator, mas se você não tem conhecimento não dá certo. Um bom exemplo é o Reynaldo Gianecchini. Você vê a diferença no trabalho dele e como ele cresceu. Agora ele é um ator porque teve o cuidado de uma preparação. Jogaram a Bárbara numa "fogueira", numa responsabilidade muito grande. Ela não tem vida própria por causa das gravações. Eu acho complicado isso e eu não gostaria de estar na pele dela.

Você participaria de algum reality show?

Não. Recebi o convite do SBT para participar da primeira edição da Casa dos Artistas, mas não é a minha "praia". Não é um trabalho artístico. É um jogo e uma forma de conseguir fama e dinheiro.

PROJETOS FUTUROS

Quais são os seus projetos para depois da novela?

Quero retomar a idéia de produzir o espetáculo Morrer com quem beija que será baseado na vida e obra da poetisa portuguesa Florbela Espanca. Esse projeto já estava em fase de captação, mas tive que dar um tempo porque fui convidada para fazer a novela Marisol. Também tenho projeto de fazer um sitcom, um filme e lançar o livro Amor e Despedidas sobre cartas e reflexões de amor.

E como será o espetáculo Morrer com quem beija?

Morrer com quem beija vai passar no último ano na vida da Florbela, especialmente no quarto dela. E no quarto dela moram seis fantasmas, que são os seis sentimentos mais presentes na vida e obra dela. E eu dei um nome em latim para cada fantasma: Luxuria (Luxúria), Dementia (Demência), Anima (Alma), Plenitudine (Plenitude), Innocentia (Inocência) e Amore (Amor). A grande busca da Florbela foi alcançar a plenitude através do amor, mas ela só conheceu a plenitude através da morte.

E a idéia do circo no espetáculo?

Quero produzir um espetáculo de poesias dramatizadas e numa linguagem multimídia. Não quero que os atores fiquem em pé apenas recitando, mas que vivam os sentimentos da Florbela. Por isso vou usar algumas técnicas circenses, não como exibicionismo e sim como uma linguagem. Terão trapézios e tecidos aonde a gente vai se enroscar neles. Vou usar também a técnica de suspensão que é feita no alpinismo. O espetáculo terá uma linguagem muito lírica e por isso eu acho que o circo representa muito bem isso.

E você pretende protagonizar o espetáculo?

A principio eu faria a Plenitude, a antagonista da Florbela. Mas eu ainda não sei se vou fazer parte do espetáculo porque tenho meu trabalho com música agora.

Quando você pretende estrear o espetáculo?

O ideal seria logo depois da novela Marisol, mas não vai dar tempo. Vou precisar de pelo menos quatro meses de ensaio.

E a carreira de cantora?

Paralelamente à novela e ao espetáculo, eu comecei a cantar. Eu reencontrei um grande amigo que brincava comigo de cantar sem nenhuma pretensão. Resolvemos dividir essa brincadeira com as pessoas e decidimos montar um pequeno show chamado Cataneando, só com músicas de autoria do Caetano Veloso. Isso me deu muito prazer e descobri que existe uma cantora dentro de mim também.

Com tantos projetos porque resolveu fazer a novela Marisol?

Eu aceitei fazer Marisol porque estava com saudade de atuar, já que fiquei quase dois anos morando em Nova York para estudar cinema. O que mais me chamou atenção na novela era fazer uma cantora. Isso seria muito bom porque é uma forma de tornar mais digerível a idéia de um artista atuar e cantar ao mesmo tempo.

TÂNIA ALVES

Você sofreu muita pressão no início da carreira com comparações com a sua mãe (a cantora Tânia Alves)?

Essa comparação com a minha mãe diminuiu quando estava na Globo porque lá meu trabalho se impõe. Então as pessoas se referem a mim como Gabriela Alves e não como Gabriela Alves filha da Tânia Alves. Quando eu fiquei fora da mídia as pessoas procuram associá-la a mim. E lógico que existiu essa comparação.

Você resistiu em fazer algum trabalho por causas dessas comparações com a sua mãe?

Eu sempre resisti a cantar porque minha mãe atuava e cantava ao mesmo tempo. E lógico que a minha mãe tem uma repercussão maior. Infelizmente, a gente importa cultura e a Jennifer Lopez e a Madonna ajudaram a abrir um pouco a cabeça do brasileiro para aceitar que o artista pode cantar e atuar ao mesmo tempo.

Como você pensa em mudar essa situação?

Agora está nascendo uma nova Gabriela, mais madura e comprometida com a sua obra. Decidi mudar meu nome. Não vou ser mais a Gabriela Alves e sim Gabriela Touliee. É injusto quando as pessoas criam esse estigma. Eu tenho uma coisa para falar, não sou apenas a filha da Tânia Alves. Tenho uma história própria. Mudar o nome é uma forma de criar uma independência, dar vida aos meus projetos e criar uma respeitabilidade. Além disso, vou homenagear o meu pai adotando o sobrenome dele.

INTIMIDADE

Você acredita em reencarnação?

Eu acho possível. Eu tenho a mente muito aberta, mas com um pingo de ceticismo. Eu questiono, mas não duvido. Eu acho que através da reencarnação se explica muita coisa. Eu já promovi muitos milagres na minha vida porque tenho uma espiritualidade forte.

O que você não come?

Carne vermelha, carne de porco, embutidos como lingüiça, salsinha e feijoada. Não como nada que não seja muito sadio. Hoje em dia não estou tão radical.

Tem alguma parte do seu corpo de que você não goste?

Eu acho que os meus braços e pernas poderiam ser mais musculosos, mas agora eles vão ficar porque os exercícios do circo trabalham muito com os braços.

Qual é a grande paixão da sua vida?

A minha grande paixão é escrever.

Qual foi o momento de maior alegria na sua vida?

Eu acho que os amores que eu vivi. Tenho histórias de amor lindas. Eu acho que três pessoas que passaram na minha vida trouxeram plenitude e êxtase.

E um momento de enorme tristeza?

Foi um golpe do baú. Pela primeira vez eu vou contar isso. Agora eu vou falar porque está mais curado dentro de mim. Eu vivi uma paixão avassaladora com um paquistanês em Nova York. Só que eu precisava voltar ao Brasil e deixei a minha grana com ele e ele nunca me devolveu.

Você se arrepende do que fez?

Eu sou uma pessoa mão aberta com o dinheiro. Eu não acho que estava errada porque as pessoas estão muito egoístas, individualistas e tem uma relação de interesse com o dinheiro. E pra mim, o amor não tem preço e um casal tem que dividir tudo. Não acho que ele foi um cafetão. Eu estava disposta a apostar naquele amor.

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Alexsandra Bentemüller
Redação Terra

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