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Luca Bianchi, o possível novo galã da Globo

Sábado, 15 de fevereiro de 2003, 10h47

Luca Bianchi é uma das novidades de Mulheres Apaixonadas. Só que o ator já estréia na próxima novela das oito da Globo com um padrinho para lá de "graúdo": o próprio autor Manoel Carlos. A história com Maneco começou quando ele foi estudar teatro em Nova Iorque, onde conheceu Júlia Almeida, filha do autor. Manoel Carlos decidiu acompanhar a filha a uma peça de Luca e, ao se encontrarem no Brasil nas festas de fim de ano, fez o convite oficial ao ator para participar da novela. "Queria esta oportunidade, mas não imaginei que seria tão cedo e fora dos planos. Foi uma surpresa", conta o carioca de 24 anos.

O personagem de Luca em Mulheres Apaixonadas é o "barman" Alcides, que trabalha no restaurante do hotel gerenciado por Rafael, interpretado por Cláudio Marzo, e onde Téo, vivido por Tony Ramos, toca saxofone. Ele adianta que vai atuar na parte descontraída da novela, onde as pessoas vão se divertir e muitas histórias importantes para a trama vão acontecer. Logicamente, Alcides vai ter um amor, mas não pode revelar quem será. Na novela, ele destaca os atores com quem mais contracena, Tony Ramos, Cláudio Marzo e Elisa Lucinda, como seus grandes professores, e acha que já está começando com o pé direito. "Atuar ao lado destes atores é muita sorte. Eles são maravilhosos e me dão vários conselhos", diverte-se Luca.

Para passar a imagem de um exímio "barman", Luca trabalhou nos restaurantes 00 e Quadrifoglio, no Rio de Janeiro, este último de propriedade de sua mãe. Neles, o ator colocou a mão na massa, atendeu aos clientes, preparou as bebidas sozinho e só voltava para casa de madrugada. "Quero parecer mesmo um barman", empolga-se. Atualmente, continua fazendo aulas de "flair", aquele malabarismo feito com os copos para misturar as bebidas.

Neste início de carreira, Luca se inspira em atores consagrados nas novelas brasileiras. Como ídolo ele cita Tony Ramos. "Ele é completo e paciente. É para se inspirar nele mesmo", derrama-se o novato. Apesar de acreditar na importância em se mirar em atores experientes, Luca arrisca dizer que prefere não se guiar por nenhum estilo de outros atores, quer ser ele mesmo e mostrar a própria essência. "Espero conseguir transmitir o que aprendi nestes anos de teatro, me dediquei bastante para chegar até aqui", justifica.

Luca nunca havia pensado em ser ator, tanto é que prestou vestibular para Educação Física. Mas já no segundo ano de faculdade começou a perceber que aquela não era a dele. "Ficava dando aula de alongamento olhando para o relógio, doido para que o tempo passasse logo", diz Luca, nem um pouco saudoso da época. O ator resolveu fazer um teste vocacional e se surpreendeu com o resultado: ele tinha uma vocação artística e deveria testar este lado. Sendo assim, o ator decidiu estudar teatro e, em 1998, ingressou na Casa de Cultura Laura Alvim no Rio de Janeiro, mas não abandonou a faculdade porque queria ter um diploma universitário.

Após um período estudando teatro, Luca achou que precisava se profissionalizar. Com o incentivo dos pais, foi morar em Nova Iorque para estudar no Lee Strasberg Institut, famosa escola de teatro. Em Nova York aprendeu não só a fazer teatro, mas a se virar sozinho. Não conhecia ninguém e acabou formando um grupo de amigos de diversas nacionalidades. Toda semana, na hora do jantar, quando geralmente as famílias se reúnem e a saudade aperta, preparavam um prato típico de cada país. "Assim, a gente conhecia mais da cultura um do outro e estreitava os laços de amizade" lembra Luca.

Aposta maior de Manoel Carlos em Mulheres Apaixonadas, Luca afirma estar ansioso para a estréia, mas diz que o friozinho na barriga, típico de quem está começando, o faz ter um pouco de medo. "Tenho um receio de decepcionar o Maneco. Ele confiou em mim. Mas acho que vai dar tudo certo", desconversa. Em relação às expectativas para a novela, ele afirma que são as melhores possíveis, que ela está vindo com tudo e espera ajudar a alavancar a audiência do horário, que andou abalada com "Esperança". "A história é leve mas vibrante. Todos vão se identificar com ela", torce Luca.

Priscila Bittencourt / TV Press

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