Internacional Campeão Libertadores 2010

Com campanha de superação,
Inter revive glória de 2006

Quatro anos depois, a torcida colorada pode se orgulhar novamente: é campeã da Copa Libertadores da América. Com uma campanha que não foi avassaladora, mas mostrou muita força de equipe em momentos decisivos, o Internacional alcançou pela segunda vez em sua história o maior título do continente. Foi um caminho sofrido - porém, graças à técnica e à superação dos jogadores, o final foi feliz outra vez.

Na primeira fase, a classificação veio com três empates como visitante e três vitórias em casa. Nas partidas fora do Beira-Rio, o técnico Jorge Fossati preferiu esquemas mais cautelosos, e as igualdades conquistadas contra Deportivo Quito, Cerro e Emelec não foram bem vistas pela torcida.

Com três triunfos em seus domínios, porém, o treinador uruguaio manteve sob controle a pressão por sua demissão e conseguiu classificar a equipe na primeira posição do Grupo 5. A vitória na estreia (2 a 1 sobre o Emelec), aliás, quebrou um tabu da história do clube: em sua oitava participação na Libertadores, foi a primeira vez que o Inter iniciou o torneio ganhando.

Na segunda fase, o primeiro susto - e também o primeiro grande momento de recuperação do time. No jogo de ida das oitavas de final, na Argentina, o Inter perdeu por 3 a 1 para o Banfield, em partida marcada por arbitragem polêmica do uruguaio Jorge Larrionda. A volta no Beira-Rio, porém, viu uma ótima exibição colorada e uma confortável vitória por 2 a 0, garantindo a passagem às quartas pelo gol marcado fora de casa.

O próximo adversário seria ninguém menos que o campeão do ano passado, o Estudiantes do craque Verón. Os argentinos tentaram arrancar um empate no Beira-Rio, mas um gol de Sorondo nos últimos minutos deu a vantagem de 1 a 0 à equipe brasileira. Na segunda partida, Fossati apostou novamente em um esquema defensivo para segurar o empate; porém, o adversário abriu 2 a 0 no marcador. Coube a Giuliano, que começou no banco de reservas, marcar o gol da classificação heroica aos 43min do segundo tempo.

Avançar pela regra do gol fora de casa - e com gols decisivos de Giuliano - foi uma constante para o Inter. Na semifinal, já com Celso Roth no comando, o time reencontrou o São Paulo, rival na final do primeiro título colorado em 2006. A equipe paulista se fechou no Beira-Rio e foi massacrada pelos gaúchos, mas só foi vazada com um chute certeiro de Giuliano no primeiro tempo. No Morumbi, a história das quartas se repetiu: derrota colorada por 2 a 1 e classificação suada.

Já classificado para o Mundial de Clubes, o Inter ainda tinha como obstáculo no caminho do título o Chivas - que, por ser mexicano, não poderia representar a América do Sul na competição da Fifa. Com um futebol técnico, organizado e ofensivo, os gaúchos dominaram o jogo de ida em Guadalajara e venceram por 2 a 1.

Na volta, no Beira-Rio, o Inter sofreu, mas se superou para conquistar a América pela segunda vez. Após um gol de Fabián, o jogo foi para o segundo tempo com o placar de 1 a 0 para os mexicanos, deixando a torcida colorada apreensiva. Três gols emblemáticos, porém, deram um final feliz à história: Rafael Sobis, ídolo da conquista de 2006, empatou, e o garoto Leandro Damião, três minutos depois de entrar em campo, virou a partida, em uma arrancada incrível. Para fazer o gol do título, ninguém melhor que o “talismã” do campeonato: Giuliano, com categoria, selou a conquista. O Chivas ainda diminuiu.

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