Tite supera desconfianças, dribla demissão e leva taça inédita

O técnico Tite esteve pelo menos duas vezes com a cabeça a prêmio no comando do Corinthians ao longo de 2011: primeiro, após a traumática eliminação para o colombiano Deportes Tolima na pré-Libertadores; depois, com uma sequência amarga durante o próprio Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, o gaúcho continuou respaldado pelo presidente Andrés Sanchez, seguiu no cargo e conquistou um título inédito em sua longa carreira.

Natural de Caxias do Sul e nascido em 25 de maio de 1961, o ex-meia Adenor Leonardo Bacchi chegou retornou ao Parque São Jorge na metade de 2010, com a missão de substituir Adilson Batista e recolocar a equipe alvinegra no caminho para o título do Brasileiro daquele ano. Não conseguiu: acabou com o terceiro lugar e viu o Fluminense de Muricy Ramalho garantir a taça.

Já para 2011, Tite tinha o grande desafio de liderar o Corinthians de Ronaldo e Roberto Carlos à inédita Libertadores. A eliminação mais do que precoce deixou o comandante mais do que balançado no posto de treinador, mas uma vitória sobre o arquirrival Palmeiras, dias após a queda para o Tolima, deu respaldo ao técnico - que levou um time já sem as suas duas maiores estrelas ao vice-campeonato paulista.

Com nove vitórias e um empate nas dez primeiras partidas (e com direito a uma goleada por 5 a 0 sobre o São Paulo na sexta rodada), Tite deu início à campanha do pentacampeonato brasileiro corintiano. Entretanto, nem mesmo a série inicial deu o respaldo suficiente ao gaúcho, que novamente voltou a ter o futuro em risco no pior momento de sua equipe no torneio nacional.

Antes do segundo clássico contra os tricolores, pela 25ª jornada da competição, o Corinthians amargava uma campanha de somente quatro triunfos em 14 jogos. A torcida protestou, com direito a faixas pedindo a contratação de um treinador “profissional” e até invadindo treinos. Capitão do time e intocável até então, o zagueiro Chicão chegou a ser afastado. Um novo tropeço diante dos são-paulinos, especulava-se, encerraria a passagem de Tite no clube. Resultado: 0 a 0 e sobrevida. E recuperação.

“Vou dizer o seguinte: se diziam que o Telê Santana era pé-frio, por que eu terei a pretensão de ser unanimidade? Quero ter a paz de espírito, disso não vou abrir mão. Mas é muita pretensão não ser questionado", chegou a dizer o comandante alvinegro, que, embora apresentasse regularidade, nunca caiu totalmente nas graças da fiel torcida corintiana.

Apesar de alguns tropeços esporádicos, como a derrota por 2 a 1 para o então lanterna América-MG na rodada 33, Tite seguiu forte a caminho da taça do Campeonato Brasileiro - seu primeiro à frente do Corinthians, de um clube não gaúcho e inédito em 21 anos de carreira como treinador.

A conquista deste ano, aliás, foi somente a segunda de âmbito nacional de Tite, projetado para o futebol brasileiro depois do título da Copa do Brasil de 2001 pelo Grêmio, vencendo o próprio Corinthians na decisão de dez anos atrás. Agora, o treinador terá outra incumbência: mais uma tentativa na Libertadores de 2012, igualmente inédita em seu currículo.

Ficha Técnica:

Nome: Adenor Leonardo Bacchi
Data de nascimento: 25/05/1961
Local de nascimento: Caxias do Sul/RS


Títulos:
1993: Campeonato Gaúcho (segunda divisão) – Veranópolis
2000: Campeonato Gaúcho – Caxias
2001: Campeonato Gaúcho – Grêmio
2001: Copa do Brasil – Grêmio
2008: Copa Sul-Americana – Internacional
2009: Campeonato Gaúcho – Internacional
2009: Copa Suruga – Internacional
2011: Campeonato Brasileiro - Corinthians