Copa 2010 – O Mundial da desorganização

Efrén Hernández, torcedor mexicano

César Juárez Caudillo

A paixão de Efrén Hernández pela seleção mexicana faz com que siga a equipe até um lugar que nunca pensou em visitar, como a África do Sul. Este mexicano nascido no estado de Jalisco, mas radicado em Salt Lake City, Utah, e nacionalizado americano, realiza o sonho de assistir ao segundo Mundial de sua vida e apoiar a equipe que ama, mesmo que para isso tenha que fazer alguns sacrifícios econômicos.

Hernández, que esteve presente no Mundial da França, em 1998, conta que o que mais gostou nesta Copa foi a vitória sobre o país europeu. Mesmo assim, não vê comparações entre o torneio sediado pelos franceses, há 12 anos, e o atual.

"É diferente. Este eu tenho aproveitado, mas a verdade é que o da França foi melhor. Aqui temos que ver o clima, faz muito frio, não se pode comemorar da mesma forma. Além disso, tudo é mais caro e não há tanta segurança", reclama.

É na parte de segurança que as críticas do torcedor ficam mais contundentes. Trabalhador de uma indústria de construção nos Estados Unidos, Efrén assistiu a abertura da Copa junto a sua mulher e desfrutou ao máximo o jogo, mas a saída foi um calvário.

"Aproveitamos bastante, tiramos fotos e fui tudo bem, mas na saída, quando buscávamos transporte, roubaram minha câmera e foram embora todas as recordações... Isso é o de menos, porque quase roubaram meu passaporte, porque trouxemos os nossos passaportes na mesma bolsa onde estava a câmera", disse.

A comparação entre os Mundiais de 98 e 2010 é abismal, segundo o torcedor, que afirma que o país europeu era muito mais seguro do que a África do Sul, onde todas as ações devem ser feitas com cautela. Além disso, o país africano tem sérios problemas econômicos.

"Na França era mais fácil. Fazia muito calor e as ruas eram bastante seguras. Aqui, nos recomendam andar com cuidado. É só lembrar o caso da câmera roubada", disse.

Terra