Anderson Silva: lutas no UFC, vitórias e carreira deste grande lutador de MMA – Terra - Terra

Conheça tudo sobre a vida e carreira de Anderson Silva, “o spider” do UFC. Vitórias, lutas importantes, características e curiosidades desse campeão.

Aranha Anderson Silva também é conhecido dentro do Ultimate pelo apelido de "The Spider". O brasileiro adotou o apelido por conta da história de vida do personagem Homem-Aranha. Segundo o próprio lutador, a identidade secreta de Peter Parker possui uma enorme aproximação com ele, principalmente pelo fato de o fotógrafo dos quadrinhos e cinema ser o único super-herói com "contas para pagar". Foto: Divulgação Belfort Anderson Silva se tornou uma celebridade nacional em fevereiro de 2011, depois de obter uma das vitórias mais marcantes da história do Ultimate Fighting Championship. Diante de Vitor Belfort, no UFC 126, o "Aranha" aplicou um chute surpreendente, potente e cinematográfico, conquistando a vitória por nocaute ainda no primeiro round - reduzindo a "luta do século", como foi apelidada por alguns especialistas brasileiros, a apenas um protagonista. Se não foi a luta mais complicada da carreira de Anderson, foi talvez a mais importante - o Aranha, a partir de então, virou um superstar brasileiro e abriu as portas do País para a popularização do MMA. Foto: AP Chael Sonnen O americano foi o maior desafio da carreira de Anderson Silva dentro do UFC. Sonnen dominou os primeiros quatro rounds e ficou próximo de tomar o cinturão dos pesos médios do brasileiro. Entretanto, na última parcial, o Aranha finalizou com um triângulo e reverteu totalmente o combate, mantendo o título. Posteriormente, Anderson declarou que havia lutado com uma costela trincada. E não foi somente a luta que marcou a rivalidade. Fora do octógono, o falastrão desafiante provocou de diversas formas: falou mal do Brasil, dos irmãos Nogueira , chamou o campeão de "m..." e até se tornou "torcedor" do Palmeiras, arquirrival do Corinthians de Anderson. Foto: AP Dançarino Fora e dentro do octógono, Anderson Silva pode ser considerado um "dançarino". Diante dos adversários do Ultimate Fighting Championship, o brasileiro por muitas vezes utiliza o gingado para confundir os rivais e se esquivar dos golpes. Tal movimentação permite ao lutador até abdicar da guarda, como em combates contra Forrest Griffin, Demian Maia e Yushin Okami. Já longe do ambiente de lutas, o atleta curte, especialmente, dançar como o astro Michael Jackson, um dos artistas preferidos do "Spider". Foto: Samir Baptista/Terra Espetáculo O estilo de luta agressivo e de muita movimentação torna Anderson Silva um dos lutadores mais atrativos do UFC. Criativo dentro do octógono, o Aranha consegue manter o alto nível tanto na trocação como no jogo de chão, além de provocar o oponente com suas fintas. Atualmente, as lutas do campeão da categoria dos médios são de pouca previsão: não se sabe se terminarão com um nocaute, uma finalização ou por pontos. Os shows de Anderson conquistam fãs e são fundamentais para o paulista ser considerado, pelo próprio Dana White (presidente da organização), o lutador número 1 peso por peso de todo o planeta. Foto: AP Família Anderson Silva é um dos lutadores mais "família" do Ultimate. Mesmo com toda a fama adquirida durante a carreira, especialmente neste ano, o lutador segue extremamente dedicado à mulher, Dayane, e aos cinco filhos (Kaory, Gabriel, Kalyl, Kauana e João Vitor). Discreto em sua vida pessoal, o Aranha gosta de aparecer publicamente ao lado dos herdeiros, que participam ativamente da carreira do pai dentro do UFC - entrando com o campeão no octógono e até servindo de sparring. Foto: Twitter Georges St. Pierre Já próximo do fim de seu ciclo no UFC, Anderson Silva tem chances de fazer uma “superluta” no último combate de sua carreira na principal organização de MMA do mundo. O presidente da organização, Dana White, já chegou a afirmar que um confronto entre o Aranha e o canadense Georges St. Pierre, campeão absoluto na categoria dos meio-médios, “vai acontecer um dia”. Assim como o brasileiro faz entre os médios, St. Pierre é dominante em sua divisão: invicto desde 2007, já defendeu seu cinturão por seis vezes consecutivas e possui um jogo sem pontos fracos evidentes. Se acontecesse, o combate histórico aconteceria em uma categoria de peso intermediária, entre médio e meio-médio. Foto: AP Hall da Fama O Hall da Fama do UFC é um grupo seleto escolhido pela principal organização de MMA do mundo para eternizar os principais nomes que passaram pelo octógono. Muito admirado pelo presidente Dana White, Anderson Silva é candidato fortíssimo a se tornar o segundo brasileiro indicado à honraria - o primeiro foi Royce Gracie, nomeado em 2003. A indicação deve acontecer quando o fim da carreira do Aranha, já com 36 anos, estiver mais próximo. Segundo Dana, o lutador só deve fazer mais dois combates no Ultimate. Foto: Getty Images Irmãos Nogueira A ligação do campeão dos pesos médios do UFC com os irmãos Nogueira é estreita: parceiros de treinamento na academia Black House, Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro são vistos por Anderson como irmãos. A faixa preta de Brazilian jiu-jitsu do "Aranha", aliás, foi dada a ele em 2006 por Minotauro, que ainda hoje é seu treinador na modalidade. Uma cena que ficou famosa no UFC Rio de 2011 foi o choro emocionado de Anderson no vestiário após o nocaute de Minotauro sobre Brendan Schaub, no retorno do baiano ao octógono após 16 meses marcados por lesões. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra Jogo completo Conhecido e temido pela sua velocidade, potência e eficácia no muay thai, Anderson Silva é muito mais que um mero striker. Apesar de seu cartel de 31 vitórias apontar 18 nocautes, ele também tem seis finalizações e sete decisões, mostrando que também sabe lutar no chão e controlar o combate quando necessário. A falta de "buracos" em seu jogo - é faixa preta de muay thai, Brazilian jiu-jitsu, taekwondo e judô, além de corda amarela em capoeira - é um dos principais fatores que faz do paulista um adversário tão complicado de ser batido. Foto: AFP Know-how Com a aposentadoria como atleta de MMA não muito distante, o Aranha já investe em outras frentes e planeja deixar seu know-how como um dos maiores lutadores de todos os tempos para incentivar jovens que queiram seguir seus passos. Em outubro do ano passado, Anderson inaugurou nas dependências do Corinthians uma academia com seu nome, envolvendo-se profundamente na montagem do espaço, investindo na reforma do local e escolhendo professores renomados de artes marciais. O projeto social fornece aulas de musculação, jiu-jitsu, muay thai e boxe. "Trabalharemos para descobrir novos talentos", afirmou o campeão na inauguração. Foto: Aloisio Mauricio/Terra Louco do bando Corintiano desde criança, Anderson firmou em agosto de 2011 uma parceria com o clube do Parque São Jorge, passando a usar uniforme com o distintivo do clube ao entrar no octógono para suas lutas. Mesmo antes do acordo, porém, ele já havia vestido uma camisa do Corinthians no combate histórico contra Vitor Belfort, em fevereiro. O Aranha costuma brincar que a parceria é um modo de compensar sua frustração por não ter sido lateral esquerdo do time alvinegro. A iniciativa de Anderson abriu caminho para outras parcerias de atletas de MMA com clubes de futebol, como Rodrigo Minotauro (Internacional) e José Aldo (Flamengo). Foto: Aloisio Mauricio/Terra Meio-pesado O lutador paulista é campeão dos pesos médios do UFC desde 2006, mas já lutou na categoria logo acima desta, a dos meio-pesados, em duas oportunidades no octógono. O salto de 84 kg para 93 kg não afetou o desempenho do Aranha, que conseguiu vitórias amplamente convincentes nos dois combates: nocautes espetaculares contra James Irvin e o ex-campeão Forrest Griffin, ambos no primeiro round. O biótipo de Anderson - que tem 1,88 m e é bastante alto para a divisão dos médios - facilita esta variação de categorias, mas o brasileiro não pretende abandonar seu cinturão para lutar exclusivamente entre os meio-pesados. Foto: Getty Images 9ine O primeiro atleta a fechar um contrato de gerenciamento de imagem com a empresa de marketing do ex-atacante Ronaldo foi ninguém menos que Anderson Silva. A aproximação com o ídolo do futebol e o trabalho da agência 9ine renderam ao lutador um crescimento estrondoso de popularidade no Brasil - além, é claro, de contratos de publicidade e da parceria com o Corinthians. A relação entre os dois se estreitou bastante, e o campeão dos pesos médios do UFC foi fotografado ao lado de Ronaldo por várias vezes, prestigiando até o lançamento do documentário sobre a carreira do ex-futebolista. Foto: Twitter Ombro A mais recente lesão de Anderson aconteceu em seu ombro, pouco antes do UFC Rio, em agosto de 2011, quando ele venceu o japonês Yushin Okami. O machucado tirou o Aranha de ação até o fim do ano passado e também do início de 2012, e despertou reações nada amistosas dos rivais Chael Sonnen e Dan Henderson - que afirmaram que o único motivo pelo qual o brasileiro estaria “lesionado” era evitar uma revanche com um deles. Porém, o presidente do UFC, Dana White, enviou médicos para checar a situação e confirmou a lesão do campeão dos médios, que não precisou passar por cirurgia para tratar o problema. Foto: Getty Images Polêmicas Apesar da trajetória de glórias e recordes dentro do UFC, a carreira de Anderson Silva na organização também é salpicada de polêmicas. Em 2008, venceu sua defesa do título dos médios contra Patrick Côté depois que o canadense machucou o joelho sozinho no terceiro round; após o combate, o presidente do Ultimate, Dana White, criticou a atuação do brasileiro, dizendo que ele fugiu do contato com o oponente. Situação pior aconteceu em 2010, quando Anderson provocou o compatriota Demian Maia durante os cinco rounds da luta entre ambos, baixando a guarda, dançando e “chamando” o adversário para a briga, de um modo pouco respeitoso. White se irritou tanto com a postura do “Spider” que se recusou a entregar o cinturão de campeão após a luta. Já na pesagem do confronto com Vitor Belfort, Anderson apareceu com uma máscara branca, enfurecendo o rival, que o havia chamado de “mascarado”. Foto: Getty Images Queixo Uma das gírias mais comuns das lutas é o “queixo”, que significa a capacidade de um atleta de receber golpes e não cair. E, das quatro derrotas na longa trajetória de Anderson Silva no MMA, nenhuma foi por nocaute: ele perdeu por decisão unânime no início da carreira, em 2000, para o compatriota Luiz Azeredo; depois foi finalizado duas vezes no Pride pelos japoneses Daiju Takase e Ryo Chonan; por fim, perdeu por desqualificação diante de Yushin Okami em seu último revés, em 2006. A última prova de que o Aranha tem realmente “queixo forte” foi o combate contra Chael Sonnen, em que ele apanhou por quatro rounds, resistiu e nem mesmo deixou o octógono sangrando. Foto: AP Racismo Hoje consagrado como um dos maiores lutadores da história do MMA e famoso mundialmente, Anderson também passou por situações abomináveis antes de chegar ao estrelato. Em entrevista à TV Record, o detentor do cinturão dos médios contou que sofreu racismo quando trabalhava em uma lanchonete em Curitiba, ainda na juventude. "O cliente chegou e disse: 'não tem outro para me atender? Não quero ser atendido por um negro'. Chamei o meu gerente para resolver a questão para não perder a razão, mas foi triste", disse o Aranha. Foto: Getty Images Steven Seagal Primariamente conhecido como astro de filmes de ação de Hollywood, Steven Seagal também é instrutor de artes marciais e dono de uma faixa preta de sétimo dan em aikidô, técnica que busca usar o movimento do ataque do oponente contra ele mesmo. O americano é tratado por Anderson Silva como “mestre” e costuma treinar o brasileiro - o chute frontal usado pelo “Spider” para derrubar Vitor Belfort, golpe que recebeu o prêmio de nocaute do ano (foto), foi ensinado por Seagal. O veterano também aperfeiçoou a técnica de chute de outro atleta do MMA brasileiro, Lyoto Machida, que usou o golpe para derrubar Randy Couture no UFC 129. Foto: AFP Taekwondo No UFC, Anderson se utiliza principalmente do muay thai e, em menor escala, do jiu-jitsu para derrotar seus adversários. Mas a primeira arte marcial que o campeão estudou foi o taekwondo, cujos elementos ele ainda aproveita no octógono - especialmente os chutes. O Aranha começou a praticar a luta coreana em Curitiba, aos 14 anos, e aos 18 já era faixa preta da modalidade. O campeão costuma dizer que o taekwondo serviu como base tanto para sua vida de atleta quanto para os outros estilos que ele aprenderia na sequência da carreira. Foto: Getty Images UFC Anderson estreou no MMA em 1997 e construiu uma carreira sólida, com passagens de sucesso por eventos como o Pride, no Japão, e o Cage Rage, na Inglaterra. Mas foi no Ultimate Fighting Championship que seu status subiu de "ótimo" para "lenda". A estreia no UFC foi em 2006, demolindo Chris Leben; na luta seguinte, nocauteou o campeão Rich Franklin para ficar com o cinturão dos médios. Desde então, o Aranha só acumulou vitórias e marcas históricas no principal evento de Artes Marciais Mistas do planeta: são 14 triunfos em 14 lutas (recorde de vitórias seguidas), invencibilidade que dura seis anos, e o maior número de defesas de título consecutivas da história (9, todas bem-sucedidas). Para fechar o currículo, três prêmios de nocaute da noite, e dois de finalização. Foto: AFP Voz Fina Para um lutador de MMA, dono de cinturão do UFC e que mede 1,88 m, Anderson Silva tem uma notável característica que contrasta com a primeira impressão que se tem do atleta, e rapidamente se destaca: o timbre de sua voz. A fala mansa e de voz fina do paulista já virou uma de suas "marcas registradas", a ponto de ser explorada comicamente em comerciais dos quais participa. O próprio "Spider" leva na brincadeira o fato de não ter nas cordas vocais a mesma potência que demonstra no octógono: ele costuma contar que até o namorado de sua filha caçoou de seu timbre quando o conheceu. Foto: Leo Pinheiro/Terra Wrestling Ao lado de outros campeões como Georges St. Pierre e Jon Jones, Anderson é visto como um dos lutadores mais completos do MMA. Há quem afirme, porém, que o brasileiro tem sim um “ponto fraco”: o wrestling. A habilidade do “Spider” em defender quedas e encaixar seu jogo foi questionada, por exemplo, por Mark Muñoz, seu ex-parceiro de treinamento: “ele tem problemas contra wrestlers”, disse o americano. A luta mais difícil da carreira do Aranha no UFC foi justamente contra um praticante da luta olímpica: Chael Sonnen, que venceria o cinturão por pontos, não fosse o triângulo encaixado pelo lutador paulista no último round. Foto: Getty Images Xodó do Brasil Anderson Silva protagonizou, a partir de sua vitória sobre Vitor Belfort em fevereiro de 2011, um fenômeno nunca visto no Brasil com lutadores de MMA: virou celebridade. Carismático, ele passou a causar alvoroço nos lugares aonde ia, frequentou inúmeros programas de televisão, gravou comerciais, fez aparições públicas ao lado de personalidades e se tornou ídolo nacional. A ascensão do campeão dos pesos médios como uma figura pública, famosa em todo o País, contribuiu muito para a solidificação do MMA como um esporte popular no Brasil. Foto: Samir Baptista/Terra Yushin Okami O lutador japonês é responsável por dois extremos na carreira do “Spider”. Atualmente invicto há 15 combates profissionais, Anderson sofreu sua última derrota justamente diante de Okami, no Rumble on the Rock 8, em 2006: de costas no chão, o brasileiro acertou um chute no rosto do asiático, que estava por cima dele. O golpe foi considerado ilegal por se tratar de um ataque à cabeça de um “oponente caído”, e Okami optou pela vitória por desqualificação, enfurecendo o Aranha. A “vingança” de Anderson veio em 2011, no Rio: em uma de suas apresentações mais perfeitas tecnicamente dentro do UFC, o paulista deu um espetáculo de movimentação e striking, acabando com a luta no segundo round com um nocaute técnico. Foto: Getty Images Zebras Anderson tem um cartel com impressionantes 31 vitórias e apenas quatro derrotas dentro do MMA. Duas delas, no entanto, ficaram marcadas como grandes “zebras” para o brasileiro, que entrou como favorito nos combates. Em 2003, pelo Pride, o Aranha foi derrotado pelo japonês Daiju Takase, que somava quatro vitórias e sete derrotas como profissional na época; surpreendentemente, o asiático dominou a luta com quedas e ground and pound, finalizando o paulista no primeiro round. No ano seguinte, também pelo Pride, Anderson voltou a perder de um japonês. O algoz foi Ryo Chonan, que escapou de um triângulo e de joelhadas do “Spider”, para derrubá-lo e finalizá-lo no terceiro round. Foto: Getty Images