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Fernando Santos
Sábado, 30 Março de 2002, 14h37
terraesportes@terra.com.br

O drama de Keli


A ex-jogadora Keli está pedindo ajuda. Numa mensagem dramática, enviada a muitos jornalistas e redações de imprensa, ela expõe todo o drama que enfrenta desde que sofreu uma grave contusão. Quase ficou tetraplégica e, agora, ainda descobriu que a lesão provocou câncer no cérebro.

O caso está entregue à Justiça. Keli reclama da falta de atendimento da equipe que defendia na época em que sofreu a lesão, o Campinas/Knorr. Também faz duras críticas à jogadora Karina, que era a responsável pela formação do time, e também à Federação Paulista de Basquete.

A decisão de tornar pública a carta de Keli, através desta coluna, foi tomada com a intenção de colaborar da melhor forma possível para divulgar o pedido de ajuda. E com a autorização da ex-jogadora. Não se trata de fazer qualquer tipo de julgamento, isso cabe à Justiça.

Como é regra básica nesta coluna, o espaço também está aberto a Karina, à direção da Federação Paulista de Basquete e à empresa detentora da marca Knorr, caso tenham o interesse de contar a sua versão.

O carta de Keli é bastante extensa, e talvez só seja possível tomar conhecimento na íntegra através mesmo da internet, com seu espaço ilimitado. Mas desde já peço sua atenção e, mais importante, quem puder, ajude com o que for possível.

Segue, a seguir, a mensagem enviada pela ex-jogadora. No final, você encontrará o endereço eletrônico para entrar em contato com ela e também seus telefones.

Meu nome é Keli Karina Meira Barros, nascida em 05/12/1974 na cidade de Birigui. Hoje com 27 anos de idade. Desde pequena meu sonho sempre foi o basquete! Ia assistir aos jogos no ginásio de Campo Grande, onde morava com minha mãe e meu irmão. Aos 15 anos consegui uma bolsa escolar e jogava pela escola. Foi uma vitória enorme que quis oferecer à minha mãe, que sempre me incentivou. Assim o basquete começava a ser a minha vida.

A partir de 1991 comecei a jogar como jogadora profissional perseguindo meu sonho pois o salário era apenas uma ajuda de custo. Mas eu não quis desistir do meu sonho e continuei minha carreira de atleta profissional, mesmo ganhando pouco. Passei por vários times como: Presidente Prudente, Araçatuba, Franca, Tupã, S. José do Rio Preto, Avaré.

Em 1999 recebi uma proposta da jogadora Karina Valéria Rodrigues, para jogar em Campinas no time que ela administrava e era patrocinado pela Refinações de Milho Brasil - Knorr Lamen- Quaker. Segundo ela, esta seria uma grande oportunidade para meu progresso profissional...

Jogar em Campinas, quem sabe, faria com que um dia, meu pai, que havia nos deixado, pudesse chegar a assistir um jogo meu... Assim comecei a jogar em Campinas e joguei bem, cada vez mais e mais melhorando e fazendo o sucesso que todos esperam...

No dia 5 de janeiro de 2000 durante um treino de rotina do time da Knorr Lamen - Quaker, no ginásio do Taquaral, em Campinas, recebi uma forte cotovelada da jogadora Marta Sobral, quando eu corria com a bola, sentindo muitas dores e tontura, caí na quadra, chorando, sentindo que algo de ruim havia acontecido.

O motorista do time me levou à clínica de fisioterapia do Prof. Nivaldo Baldo onde fui imediatamente atendida, sendo encaminhada a realizar todos os exames necessários. Acompanhada pelos seus amigos neurologistas Dr. Guilherme Borges e Dr. Vargas. Fiquei sabendo que sofri deslocamento, deslizamento traumático da primeira vértebra cervical em relação ao crânio.

Apesar de ser desenganada por outros profissionais, escapei até agora da cadeira de rodas, graças ao tratamento de fisioterapia específico que recebi na clínica do Professor Nivaldo Baldo. Foi uma maratona de sobrevivência, mas consegui escapar da tetraplegia, igual à do artista super homem. Chegava a ficar oito horas sob tratamento de fisioterapia, com tudo que era mais moderno e inovador.

Assim consegui voltar a andar, mas com uma certeza que deveria sempre estar sob orientação e tratamento do Prof. Nivaldo Baldo. No entanto as pressões, abandono, só aumentaram os meus prejuízos, pois a Karina /Quaker/Knorr Lamen nunca deixavam de fazer uma pressão para eu voltar para minha casa e ficar abandonada por lá.

Apesar de sofrer muitas humilhações, recebi tratamento e uma ajuda de custo do time até outubro de 2000, quando fui totalmente abandonada pelo time e sua administradora Karina Valéria Rodrigues/Quaker/Knorr Lamen, sem explicações. Fui despejada do apartamento alugado pelo time, ficando literalmente na rua, abandonada, sem salário, sem tratamento médico e fisioterapia, sem ter o que comer.

Durante alguns meses permaneci em Campinas, sendo ajudada pelo fisioterapeuta Professor Nivaldo Baldo que me tratou em sua clínica sem cobrar nada para que eu não interrompesse a fisioterapia. Porém, por não ter mais aonde morar, voltei para a cidade aonde moram minha mãe e meu irmão, São José do Rio Preto, aonde infelizmente não há uma clínica de fisioterapia adequada com a mesma estrutura e filosofia de trabalho para meu caso.

Quando voltei para S. J. do Rio Preto, recebi todo apoio de minha mãe, que sempre continuou me apoiando em todas as situações, mas a tristeza de ver meu sonho ser completamente destruído foi tomando conta de mim. Durante todo este período de amargura e abandono da Karina e da Quaker, sempre estive muito triste, pois o basquete era quase tudo em minha vida, a tristeza cada dia maior e mais presente, mesmo com o Prof. Nivaldo e meu advogado dr. Pedro Ambrozo Adid, lutando para eu sobreviver, fazendo de tudo para me encaminhar para um apoio e tratamento psicológico, não tive condições de sair de minha cidade.

Desde que sofri esta lesão, não me recuperei a ponto de ter condições de assumir nenhuma atividade. Assim, por não poder trabalhar, vivo de favores e da ajuda financeira de amigos. Isto me deixa muito deprimida. Além disso vivemos numa angústia constante pois nossa família é muito desprotegida socialmente. E no Brasil quem depende da saúde e do governo está cada vez mais próximo da morte física e emocional. Muitas vezes, não temos dinheiro para pagar aluguel e nem para termos a dignidade de sobrevivência mínima...

Não tenho salário, não tenho aposentadoria, não tenho auxílio desemprego, não tenho de onde tirar um pouco de dinheiro para sobreviver. Convivo o tempo todo com medo, com dores, insegura, abandonada, angustiada com o meu futuro e de minha família.

Em novembro de 2001 comecei a sentir tonturas e dores mais fortes no local da lesão e no final de dezembro comecei a perder o equilíbrio e a visão. Passei por alguns especialistas que "nada " encontraram. Voltei para Campinas com muita dificuldade e fiquei na clínica de fisioterapia, retornando ao tratamento de manutenção tão necessário. Como minhas alterações de visão não evoluíam bem, o professor Nivaldo Baldo me levou para alguns exames de tomografia mais específicos, foi quando infelizmente meu mundo voltou a cair, foi diagnosticado pelo dr. Flávio radiologista um tumor no meu cerebelo, no meu cérebro.

O professor Nivaldo Baldo imediatamente comunicou o meu advogado dr. Pedro Augusto Ambroso Adib e a Karina Rodrigues da seriedade e resultado de tanto sofrimento,angústia, depressão que inquestionavelmente facilitaram o aparecimento deste tumor. Pois de alegria nenhum tumor aparece, mas com a tristeza, abandono propiciados pela Karina, Knorr, Quaker, Refinações de milho Brasil e o sistema governamental brasileiro.

Amigos de Campinas junto ao Dr. Guilherme Borges conseguiram que eu fosse operadada em 24 de janeiro de 2002 no Hospital de Base de São José do Rio Preto, cidade onde moramos, pelo Dr. Mario José Góes. Tenho que fazer radioterapia e quimioterapia e não tenho recursos para comprar a medicação.

Ainda aguardo os resultados escritos dos exames anatomo patológicos e outros relatórios para enviar ao meu advogado e anexar aqui nesta carta de desespero e solicitação de ajuda humana, mas o pessoal médico não tem liberado e tem me prejudicado mais ainda. Gostaria ainda de contar que desde outubro de 2000 fiz inúmeras tentativas de contato com a administradora do time da Knorr Lamen,Quaker e a jogadora Karina Valéria Rodrigues, pois após minha lesão no treino, não tive afastamento por acidente de trabalho como seria o correto. Não obtendo resposta, consultei o advogado Dr. Pedro Adib que ao constatar minha situação e minha lesão tem me amparado legalmente sem cobrar nada e entrou com uma ação contra o time para que meus direitos fossem garantidos e respeitados. A

Knorr Lamen Quaker, com o seu poder econômico, está conseguindo se safar das responsabilidades e num acordo de "cavalheiros" com a Karina, colocou-a como única responsável, mas eu jogava com a camiseta da Knorr Lamen /Quaker/ Karina.

Foi concedida uma tutela antecipada de um valor para que eu pudesse ter com o que me sustentar até o final da ação, mas isso já faz algum tempo e, apesar da decisão do juiz, não consegui receber nenhum centavo até agora. Não entendo como a jogadora Karina Valéria Rodrigues e a Refinações de Milho Brasil, a companhia internacional Quaker, conseguem não me pagar, desrespeitando a decisão judicial. Como a Karina fez uma jogada e tirou todos os seus bens do Brasil, levando-os para a Argentina, apresenta uma impossibilidade de pagamento, mas continua andando de carro importado, vive como milionária, e agora está se candidatando a deputada estadual apoiada pelo ex governador de São Paulo, Paulo Maluf...

A jogadora Karina Valéria Rodrigues, responsável pelo time, "esquece" de suas obrigações e vai se candidatar a deputada. Uma pessoa com este tipo de atitude perante suas responsabilidades não pode assumir um cargo público. Ou pode somente nos países como o Brasil em que muitos políticos podem fazer o que quiserem e bem entenderem e o povo fica a míngua como cachorros.

Tentei anteriormente uma ajuda com o presidente da Federação Paulista de Basquete, mas este covardemente se ausentou, fugiu, é amiguinho da Karina, fazedor de média e criador de apoios políticos. Faço um apelo a todas as pessoas humanas, honestas, independentemente de seus cargos esportivos, jornalísticos, de imprensa, internet, televisão, enfim, qualquer cidadão que possa me ajudar para que a Justiça dê uma solução ao meu caso, e que a jogadora Karina Valéria Rodrigues assuma a sua responsabilidade destruidora de minha vida como também da falta de caminhos para colocarem a Knorr Lamen, Quaker, Refinações de Milho Brasil sob total responsabilidade.

É um crime o que estou passando. Como estou com câncer, não sei o resultado ao longo do tempo, eles da Knorr, Quaker e a Karina têm o tempo a seu lado. Resolvi divulgar a todos minha história pois hoje, vítima de tumor cerebral, um câncer e impossibilitada de trabalhar, não sei mais a quem recorrer, não posso nem ao menos contar com a Justiça, pois os resultados têm sido carnavalescos.

Agradeço a todos pela atenção dispensada ao meu caso e coloco-me a disposição para fornecer qualquer informação adicional.

Keli Karina Meira Barros

Email: keli9bask@hotmail.com

Tel: 17 2223283 / 97015615

 

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