No fim de 2007, alguns creditaram o São Paulo como o maior vencedor da história do Campeonato Brasileiro, com cinco títulos conquistados até então. Outros o viam ao lado do Flamengo, que pleiteia a taça de 1987 - nas mãos do Sport, de acordo com a CBF. A polêmica, porém, acabou na edição deste ano do Nacional, com outro triunfo do time do Morumbi - o terceiro seguido, fato inédito na história do torneio - e o conseqüente hexacampeonato tricolor, também ocorrido pela primeira vez desde 1971.
Campeão em 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e, agora, em 2008, o São Paulo se proclamou o único penta no fim do ano passado e pediu à CBF a entrega da famosa Taça das Bolinhas, prometida ao primeiro time que conquistasse por cinco vezes o Brasileiro. Com a polêmica envolvendo o Flamengo, que também pleiteou a taça, a entidade que rege o futebol brasileiro não cedeu o prêmio como previsto.
Especula-se que a taça possa ser entregue agora ao São Paulo, com o sexto título do time do Morumbi, mas o fato é que os torcedores da equipe têm mais a comemorar. O primeiro é o fato de o clube ser o maior vencedor da história da competição, ultrapassando, em duas décadas, rivais de respeito como Flamengo, Internacional, Palmeiras e Vasco.
O São Paulo também é o primeiro time a conquistar por três vezes seguidas o Brasileiro. Até hoje, apenas quatro times tiveram a chance de obter esse rótulo e não conseguiram êxito: Palmeiras (campeão em 1972/1973 e 1993/1994), Internacional (1975/1976), Flamengo (1982/ 1983) e Corinthians (1998 e 1999).
De Valdir Perez a Rogério Ceni
O primeiro título brasileiro do São Paulo ocorreu em 1977. Com Rubens Minelli como técnico e Valdir Peres, Chicão, Dario Pereyra e Zé Sérgio em campo, dentre outros, o time tricolor derrotou o Atlético-MG na decisão daquele torneio, nos pênaltis, depois de um empate por 0 a 0 no tempo normal. Peres, Antenor e Bezerra converteram suas cobranças para a equipe paulista - Chicão e Getúlio erraram.
Nove anos depois, em uma final emocionante, o São Paulo comemorava seu segundo título brasileiro. Contra o Guarani, a equipe paulista, que contava com Gilmar, Dario Pereyra, Pita, Muller e Careca, dentre outros, triunfou nos pênaltis, por 4 a 3, depois de empate por 3 a 3. No tempo normal, igualdade por 1 a 1 e, na prorrogação, o time de Campinas chegou a abrir 3 a 2, mas sofreu o empate no fim, com um gol de Careca.
O título de 1991 já não teve tanta emoção, mas também foi bastante comemorado pelos são-paulinos. A decisão foi contra o Bragantino, de Carlos Alberto Parreira, em que a equipe comandada por Telê Santana venceu a partida de ida por 1 a 0, no Morumbi, com um gol de Mário Tilico, e empatou a volta por 0 a 0 para a ficar com a taça, erguida por Raí, Zetti, Ronaldão e Cafu, dentre outros.
Até o seu quarto título nacional, em 2006, o São Paulo havia conquistado três Mundiais e três Libertadores. Embalado pela campanha do ano anterior, quando foi campeão sul-americano e mundial, o time liderou de ponta a ponta o quarto Brasileiro disputado por pontos corridos e coroou uma geração que tinha Rogério Ceni, Júnior, Fabão, Josué, Mineiro e Danilo.
Dos jogadores citados, apenas o goleiro e capitão são-paulino e o lateral-esquerdo se mantiveram no time que conquistou o Brasileiro do ano seguinte, em 2007. Com uma campanha irretocável, o São Paulo sobrou na competição e assegurou o título com um mês de antecedência, tendo como heróis, além de Ceni e Júnior, jogadores como Miranda, Breno, Souza, Leandro, Richarlyson e Jorge Wagner.
Em 2008, com algumas baixas em relação aos últimos anos, o São Paulo fez um campeonato irregular, mas cresceu na reta final e ficou com a taça pela sexta vez, a terceira consecutiva. Os destaques da equipe ficaram por conta de Hernanes, Hugo, Dagoberto, Borges, André Dias, Miranda e Jorge Wagner, isso sem citar Rogério Ceni, assim como foi Valdir Perez, em 1977.