Olivério Júnior
São Paulo - Marcelinho Carioca deu mais um passo na direção do Parque São Jorge. O jogador entrou em conflito com seus colegas do Santos e dificultou ainda mais sua permanência na Vila Belmiro. Além disso, divergiu também da diretoria e se recusou a assinar o contrato que estenderia por, pelo menos, mais cinco meses sua estada no time santista.
O conflito que gerou revolta de parte do grupo de jogadores do Santos aconteceu pouco antes de o elenco ser liberado para as férias. Após um treino, ao chegar nos vestiários, Marcelinho não encontrou entre seus pertences R$ 12 mil que havia levado. Em tom de voz elevado, chegou a dizer que haveria algum ladrão no Santos.
O roupeiro Ari Jarrão, ao assistir a cena, imediatamente trancou o vestiário e anunciou que providenciaria uma revista em todas as bolsas dos outros jogadores que estavam no vestiário. Pouco depois, olhando novamente em seus pertences, Marcelinho encontrou o dinheiro. Isso revoltou seus companheiros. Chegou a haver ameaça de agressão, mas o confronto físico não se consumou.
Foi o segundo choque sério que Marcelinho teve em sua curta estada na Vila Belmiro. Antes, bateu de frente com o fisiologista Luís Rosan. Amigo de Wanderley Luxemburgo, desafeto declarado do jogador, Rosan havia levantado suspeitas sobre uma contusão alegada pelo meia. Marcelinho se revoltou com a insinuação de que estaria fazendo corpo-mole e tentou tomar das mãos do fisiologista sua ficha médica. Por intervenção de outros companheiros de clube, o confronto físico foi evitado.
Com a diretoria, o entendimento de Marcelinho também não é dos melhores. O clube atrasou o pagamento de uma dívida com o jogador ao final da temporada 2002 e teria lhe dado um cheque sem-fundos, depois compensado.
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, chegou a anunciar que tudo estava acertado para a permanência do jogador por mais cinco meses. O jogador, no entanto, se recusou a assinar o novo contrato, que ainda está sendo discutido.
As divergências acabam pavimentando o caminho do retorno de Marcelinho ao Parque São Jorge. O Corinthians já removeu o primeiro obstáculo em relação a seu retorno ao demitir Luxemburgo. Agora, trabalha na negociação de Ricardinho, outro inimigo do meia que disse que não jogaria mais ao seu lado. Sem eles, Marcelinho poderia voltar a reinar no Parque São Jorge já a partir do Torneio Rio-São Paulo.