Rio - A polêmica envolvendo a negativa de Flamengo e Vasco em disputar o torneio Rio-São Paulo parece não ter fim. Nesta quarta-feira, a história teve mais alguns capítulos. Em São Paulo, dirigentes dos outros clubes que disputarão o torneio se reuniram e bateram o martelo: ou Flamengo e Vasco voltam atrás em 24h, ou a competição começa sem os dois.
No Rio de Janeiro, o presidente rubro-negro, Edmundo Santos Silva, declarou que sua posição já estava tomada há algum tempo e que não serve de retaliação à CPI.
“Eu já tinha afirmado há dois meses e deve estar gravado em algumas rádios, que o Flamengo não participaria do Rio-São Paulo se fosse para receber a mesma cota dos outros participantes. Se o ministro entende que existe retaliação, nós aqui não entendemos dessa maneira”, criticou o dirigente, se relacionando ao ministro Carlos Melles que dissera na véspera que a atitude dos dois clubes cariocas era uma resposta aos resultados da CPI do Futebol.
Edmundo também aproveitou para negar que tenha agido em acordo com o Vasco e com a Federação do Estado do Rio de Janeiro. “Esta atitude é para defender os direitos do Flamengo e não tem nada a ver com Vasco e a Federação. Se eles entendem que esta é uma boa causa é problema deles e não do Flamengo”, disparou o presidente.
Uma possível mudança na posição do Flamengo só seria possível com nova divisão das cotas a que cada clube tem direito por participar do Rio-São Paulo, de acordo com o dirigente. “O Flamengo é o trem-pagador do futebol e por isso quero receber mais do que Vasco, Corinthians e os outros clubes. Daqui para frente vai ser assim”, ameaçou.
Nem o adiantamento que teria pego, referente às cotas de televisionamento do Rio-São Paulo parecem capaz de mudar o rumo das coisas. “Vários clubes receberam adiantamentos e o Flamengo também. Mas este adiantamento pode ser do Rio-São Paulo ou do Brasileiro, tanto faz”, desconversou Edmundo, que embarca nesta quinta-feira para o Paraguai onde acompanhará o sorteio das chaves da Libertadores do próximo ano.