Roma - Com Ronaldo de volta aos campos e marcando gols, o quebra-cabeça montado pelo presidente da Inter de Milão, Massimo Moratti, começa a encaixar.

O brasileiro, escolhido por duas vezes como o ‘Jogador do Ano’, voltou a mostrar rastros de seu talento ao marcar o primeiro gol do time contra o Brescia, no fim de semana, depois de dois anos afastado dos gramados por causa de contusões.

A Inter, treinada pelo argentino Hector Cuper, lidera o campeonato italiano com dois pontos de vantagem sobre o segundo colocado.

A possibilidade de ter Ronaldo e o atacante da seleção italiana Christian Vieri lado a lado se tornou realidade no fim de semana, com a 'dupla dos sonhos' marcando três gols.

``Admito que a realidade é melhor do que a que eu tinha imaginado'', disse Moratti ao jornal Gazzetta dello Sport na terça-feira. ``Ronaldo marcou seu gol, e com Vieri marcando os outros dois, tudo ficou perfeito.”

Os dois jogadores haviam atuado juntos pela última vez no clássico de Milão, contra o Milan, em outubro de 1999.

A dupla, que custou 77 milhões de dólares para o clube, jogou apenas 121 minutos junta nas últimas duas temporadas e meia. Mas o que agradou Moratti tanto quanto os gols foram as reações dos jogadores que foram escolhidos por Cuper para começar na reserva.

``Olhei para o banco quando Ronaldo marcou e vi a alegria e emoção vinda de (Nicola) Ventola, (Mohammed) Kallon e (Clarence) Seedorf. Isso mostra que Cuper conseguiu motivar toda a equipe, e que todos se sentem envolvidos'', adicionou Moratti.

Pragmático em seu estilo e tática, o técnico Cuper é responsável por boa parte do sucesso da Inter, depois de duas temporadas de fracassos no clube de San Siro. O treinador foi contratado durante o verão depois de perder sua segunda final consecutiva da Copa dos Campeões com o Valencia.

Moratti se juntou ao coro dos que elogiam Cuper. ``Ele é uma pessoa fantástica, apaixonada por futebol, muito estudioso e trabalhador'', disse Moratti.

O presidente gastou quase 400 milhões de dólares desde que assumiu o cargo em fevereiro de 1995, mas até agora seu único troféu é a Copa da Uefa de 1998.

Técnicos como Marcello Lippi -- que voltou ao Juventus -, Marco Tardelli -- ex-treinador da seleção sub-21 -, o romeno Mircea Lucescu, Gigi Simoni e o inglês Roy Hodgson não conseguiram acabar com a fila do time na busca por um título italiano. A última vez que a equipe foi campeã nacional foi em 1989.

Curiosamente, era um argentino também que comandava a equipe que é considerada o último grande time montado pela Inter, na década de 1960. O pai de Moratti, Angelo, era o presidente e o argentino Helenio Herrera o técnico da equipe que venceu três campeonatos italianos e dois europeus. ``Acredito que um time tem que oferecer grandes jogadores para sua torcida'', disse Moratti.

Reuters