Rio - O maior clássico do futebol goiano decidiu neste domingo mais uma vez a Copa Centro-Oeste. Goiás e Vila Nova se enfrentaram no Estádio Serra Dourada, que reviveu os grandes momentos da rivalidade entre as duas equipes, reeditando a decisão do ano passado. Com a vantagem de poder perder por um gol de diferença, o Goiás mostrou mais equilíbrio e empatou por 1 a 1, ficando com o bicampeonato da competição de forma dramática.
O Vila foi melhor durante quase todo o confronto, abriu o placar com Serginho, mas não conseguiu superar o rival, que empatou com Josué, aos 42 minutos do segundo tempo.
Com o título, o Goiás terá o direito de disputar uma seletiva para a Copa dos Campeões, competição que indicará mais um representante para a Libertadores do ano que vem, juntamente com o São Raimundo (campeão da Copa do Norte) e o vice-campeão do Campeonato do Nordeste. Das três equipes, apenas uma ficará fora do torneio, que tem início previsto para julho.
Precisando da vitória a todo custo, o Vila Nova tomou a iniciativa da partida e dominou o adversário durante boa parte do primeiro tempo. Sob o comando do atacante Túlio, o Vila chegava ao ataque com facilidade, mas pecava na hora da finalização. Numa delas, o ex-jogador do Botafogo e Corinthians recebeu na entrada da área, chutou cruzado e o zagueiro Fábio livrou o Goiás de sofrer o primeiro gol, aos 17 minutos. O Alviverde não se encontrava em campo e incomodava pouco o goleiro Fernando. No entanto, aos 28, o zagueiro Índio quase marca, aproveitando de cabeça um cruzamento da esquerda. O goleiro do Vila fez grande defesa, salvando o seu time de sofrer um duro golpe.
Após a grande oportunidade, o Goiás equilibrou a partida e passou a se arriscar mais ao ataque. A partir daí, o confronto ganhou requinte de decisão e as chances foram se sucedendo para cada lado. Com o passar do tempo, o Alviverde foi envolvendo o adversário, mas ainda não tinha um poder ofensivo consistente. Mesmo com dificuldades, o Vila assustava mais e por pouco não terminou o primeiro tempo em vantagem. Aos 40 minutos, Túlio fez grande jogada, deu um drible desconcertante no zagueiro, passou pelo goleiro, mas chutou na trave, desperdiçando a melhor oportunidade do jogo.
A difícil tarefa de vencer o arqui-rival, por uma diferença de dois gols, começou a ficar complicada para o Vila. A dois minutos do fim do primeiro tempo, a equipe perdeu o zagueiro Wladimir, expulso por fazer uma falta em Araújo. O atacante do Goiás ia em direção ao gol, mas foi parado pelo adversário, que já havia levado o cartão amarelo. Os jogadores do Vila foram para o vestiário, protestando ao árbitro Carlos Eugênio Simon, que ficou sob forte esquema de proteção policial.
> Com um jogador a menos e tendo de buscar o gol a qualquer preço, o técnico do Vila Nova, Arthurzinho, teve de mexer na equipe no segundo tempo. Dejair e Serginho subsituíram Glauco e Wando, respectivamente, na tentativa de dar maior poder de ataque ao time. O Vila não tinha outra alternativa e foi com tudo em busca do resultado favorável. Aos 13 minutos, numa triangulação envolvente, Túlio tocou para Ânderson Barbosa, que viu Serginho entrando livre na área. O atacante chutou de pé esquerdo por entre as pernas do goleiro Harley, e abriu o placar no Serra Dourada, alimentando as esperanças do seu time no duelo.
A vantagem acendeu o Vila, que, se não tinha uma organização tática, compensava na vontade, enquanto o Goiás parecia intimidado com a grande disposição do adversário. Destaque na partida, Túlio mais uma vez perdeu uma grande oportunidade de deixar o seu, aos 19 minutos. O lateral Aírton cruzou da direita e o atacante cabeceou, livre de marcação, para fora. Aos 26, foi a vez de Donizete arriscar um chute de fora da área, desta vez Harley espalmou para escanteio.
O tempo ia passando, e o desespero tomando conta do Vila, que ainda precisava de um gol para ficar próximo da vitória. Já o Goiás, apesar de estático na partida, soube administrar bem a vantagem e fez o necessário para ficar com o bicampeonato da competição. Faltando três minutos para o fim da decisão, o cabeça-de-área Josué chutou de fora da área, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro Fernando, que nada pôde fazer para evitar o gol que deu o título ao Goiás.
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