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2000 foi inferno astral de Luxemburgo
Sábado, 30 Dezembro de 2000, 14h39
Atualizada: Sábado, 30 Dezembro de 2000, 15h24

Rio - Sem dúvida nenhuma, o técnico Wanderley Luxemburgo terá bons motivos para tentar se esquecer de 2000. Foi justamente neste ano que ele perdeu o cargo de técnico da seleção brasileira, começou a ser investigado pelas CPIs da Câmara e do Senado, que apuram irregularidades no futebol brasileiro e teve que se defender das acusações de sonegação de impostos, falsidade ideológica e participação em negociatas envolvendo a compra e venda de jogadores de futebol. Tudo isso fez com que 2000 se tornasse o ano do inferno astral de Wanderley Luxemburgo.

Os problemas do treinador começaram em junho, quando o empate em 1 a 1 com o Uruguai, no Maracanã, fez com que o trabalho de Wanderley na seleção começasse a ser questionado. Este foi o primeiro resultado considerado negativo do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas. Mas na seqüência da competição, no dia 18 de julho, em Assunção, a seleção foi derrotada pelo Paraguai por 2 a 1 e as críticas aumentaram. No dia 26 de julho, a vitória de 3 a 1 sobre a Argentina, no Morumbi, acalmou o ambiente, que voltou a ficar tenso no dia 15 agosto, quando o Brasil foi humilhado pelo Chile, em Santiago, perdendo por 3 a 0. A gangorra de resultados nas Eliminatórias serviu apenas como o início dos problemas de Wanderley, que aumentaram e muito quando a imprensa descobriu Renata Alves.

O inferno astral de Wanderley começou a tomar um novo e decisivo rumo a partir do dia 22 de agosto, quando um jornal do Rio de Janeiro descobriu o nome de Renata Alves no processo de sonegação fiscal movido pela Receita Federal contra o treinador. Uma repórter deste jornal descobriu Renata, que passou a se tornar uma personagem central no escândalo que culminou com o afastamento de Wanderley da Seleção Brasileira e a inclusão do seu nome na lista das pessoas investigadas pelas CPIs.

Além do processo de sonegação fiscal, vieram à tona denúncias de envolvimento do treinador na compra e venda de jogadores de futebol na época em que Wanderley dirigia o Palmeiras. Macula, ex-jogador do clube paulista, deu uma entrevista insinuando que Wanderley teria lucrado com a sua ida para a equipe do Parque Antarctica. Renata revelou a existência de uma casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que seria conhecida como embaixada, pois abrigava encontros de empresários e treinadores para tratar da negociação de atletas.

Outro fator que foi determinante para a queda de Wanderley Luxemburgo foi o fato de ele ter deixado o atacante Romário de fora da lista de convocados para a disputa da Olimpíada de Sydney. Naquele momento, o jogador era uma espécie de unanimidade nacional, pois marcou três gols na goleada de 5 a 0 que o Brasil aplicou na Bolívia, no dia 3 de setembro, no Maracanã, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Até então, nenhum atacante brasileiro tinha marcado na competição e o Brasil já havia realizado sete jogos.

Wanderley explicou que a decisão de não levar Romário para a Austrália não tinha nada de pessoal, pois nenhum jogador acima de 23 anos foi relacionado para a competição. O atacante rebateu, dizendo que Wanderley poderia se arrepender da sua decisão, pois teria que assumir a responsabilidade por um possível fracasso sozinho, sem dividí-la com o próprio Romário.

Mas o treinador não reconsiderou sua posição e Romário não foi para Sydney. A Seleção Brasileira foi, mas para apresentar o que mostrou em gramados australianos, os torcedores ficaram com a sensação de que era melhor o Brasil não ter participado do torneio. Derrotados na prorrogação por Camarões, atuando com nove jogadores, os comandados de Wanderley voltaram para casa sem uma única medalha.

Assim que desembarcou no Rio de Janeiro, Wanderley quase foi agredido por dezenas de torcedores que foram hostilizar a Seleção Brasileira Olímpica. Naquele momento, a imprensa dava a demissão do treinador como certa.

Depois de se reunir com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o treinador foi comunicado de que estava sendo demitido. Wanderley entendeu a posição de Teixeira, que não verdade não tinha outra opção. O próprio presidente da CBF reconheceu isso pouco depois.

"Na condição em que se encontrava Wanderley, precisando se defender de várias denúncias, ele não tinha mais cabeça para permanecer no cargo de técnico da Seleção Brasileira", disse Teixeira na ocasião.

O inferno astral de Luxemburgo não terminou com a sua demissão do cargo de técnico da seleção brasileira. As denúncias de Renata Alves continuaram, o processo de sonegação fiscal seguia na Justiça e o treinador foi convocado para depor na CPI do Senado no dia 30 de novembro.

O depoimento de Luxemburgo não poderia ter sido pior. O treinador soltou um festival de "não me lembro", "não sei" e "não conheço" que irritou os senadores. Segundo os parlamentares, o treinador teve um péssimo desempenho, não sabendo explicar como R$ 10 milhões apareceram em suas contas bancárias.

Além disso, ele se enrolou para responder se sua mulher tinha uma conta no exterior e para justificar o fato de ter duas certidões de nascimento.

No fim do depoimento, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI, resumiu o sentimento dos seus colegas. "Se isso fosse um tribunal, nós jamais poderíamos absolver o Wanderley", disse Dias.

No próximo ano, Luxemburgo terá muito trabalho para convencer os senadores da sua inocência. O depoimento de novembro deixou uma péssima impressão. Ele também foi convocado para depor, em janeiro, na CPI da Câmara.

Além disso, Wanderley continuará se defendendo das acusações de sonegação fiscal, do qual é réu juntamente com Renata Alves.

Quanto ao lado profissional, Wanderley deverá tentar trabalhar novamente num grande clube brasileiro, o que poderá acontecer sem devido ao sucesso que obteve em equipes como Palmeiras e Corinthians.

Mas uma coisa deverá ser fácil para Wanderley: fazer de 2001 um ano melhor do que 2000.

L! Sportpress


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