Sydney - O técnico Antônio Carlos Barbosa disse que não tinha explicação para o desempenho da seleção brasileira feminina de basquete, que na noite deste domingo em Sydney perdeu por 61 a 60 para o Canadá - a terceira derrota em cinco rodadas do torneio olímpico. "Eu não sei o que está acontecendo. Qualquer coisa que eu disser vai ficar no campo da subjetividade", disse ele, após a partida. "Eu só vejo um motivo: imaturidade, se bem que agora está muito agravada", acrescentou.
Com essa derrota, a seleção se classificou em terceiro lugar no grupo e nas quartas-de-final, vai enfrentar a Rússia, considerada a equipe mais forte, depois dos Estados Unidos. A partir desta fase, os jogos são eliminatórios.
A derrota deste domingo ocorreu de forma semelhante à anterior, para a França. O time tinha boa vantagem no placar, cedeu espaço ao adversário e acabou perdendo no finalzinho. A equipe chegou a abrir 14 pontos de diferença. Sofreu o empate quando faltava menos de 1 minuto e ficou um ponto atrás a menos de 20 segundos do final. Com a posse de bola, as brasileiras não conseguiram marcar. A exemplo do que havia ocorrido contra a França, Janeth errou no lance final.
O treinador deixou a quadra mais desanimado que irritado. "Técnico não tem varinha mágica. Elas é que tem de mudar de atitude. O problema não é só técnico. É emocional também", disse. "Se bem que essa história do emocional já está enchendo o saco", acrescentou. Barbosa lembrou que a derrota não alterou a classificação da equipe, "mas ficou a má impressão, afinal, ganhamos dois jogos mas perdemos três", disse.
Barbosa diz que a instabilidade está sendo a característica mais marcante do time. "As laterais fizeram 40 pontos e as pivôs só 20. É normal isso?", pergunta ele. "Se a gente pegar estatísticas de jogos anteriores vai ver que esses números se invertem. Nosso time está parecendo aquela música "Bom xi-bom, bom-bom, bom-bom. Uma hora sobe outra hora desce", disse ele.
O treinador é realista em relação ao futuro da equipe. "Qualquer pessoa de bom senso sabe que esse não é um time para ganhar ouro, mas nós vamos até onde der", disse ele. Sobre a Rússia, Barbosa é sucinto. "É um time forte, de jogadoras experientes, mas também não está jogando de forma regular. Não é estável", avaliou.
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