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Segundo pesquisa divulgada nesse ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de casais em que a mulher tem mais idade do que o companheiro cresceu 36% em dez anos. Hoje, já são mais de sete milhões de apaixonados que moram juntos e apostam nessa diferença de idade que varia de quatro a 14 anos. Para a economista Cristiane Soares do IBGE, "as mulheres bem-sucedidas não escondem o interesse por homens mais novos".

Essa preferência, do ponto de vista do estudo esoterista, pode ser caracterizada em alguns casos como complexo de Wendy. Sim, a garota que se diverte com o Peter Pan na Terra do Nunca.

Para quem não conhece a história, uma noite, movido pela curiosidade, Peter Pan – o menino que se recusa a crescer – sai desse lugar fantástico e chega à casa da família Darling, cujos pais aposentados têm três filhos: Wendy, João e Miguel. Peter Pan entra no quarto de Wendy e passa a contar histórias da Terra do Nunca. Encantados, ela e seus irmãos partem com Peter Pan para inúmeras aventuras nesse universo mágico.

O complexo de Peter Pan, também conhecido como síndrome do homem-menino, refere-se à dificuldade do homem em se tornar adulto. Já o complexo de Wendy está associado ao interesse de uma mulher por um homem que, além de mais jovem, pode ser imaturo.

As mulheres que insistem em relacionamentos com rapazes mais jovens costumam ter o mesmo perfil: recém-separadas, na faixa etária dos 40 aos 45 anos e mãe de adolescentes. Elas assumem o papel de provedora e cuidam de todas as responsabilidades. Decididas e independentes, estão prontas para viver bons momentos ao lado de seu Peter Pan.

As candidatas à Wendy geralmente se fixaram na figura paterna na infância e sempre tiveram diferenças com a mãe. Isso não é uma regra, mas uma menina que gosta de brincar com as roupas e objetos pessoais da mãe tenta, inconscientemente, imitá-la e atrair a atenção do pai. Quando isso não é bem resolvido na fase adulta, essa mulher pode buscar sempre em suas relações afetivas um amor do tipo "mãe-filho".

Se o interesse de uma mulher madura por um jovem não atrapalhar o seu dia-a-dia, se ambos respeitarem às normas da moral vigente na sociedade e, ainda, se esse tipo de atração não se tornar uma obsessão, não existe mal algum.

O jovem, quando namora uma mulher mais velha, geralmente está começando a vida profissional, enquanto ela, muitas vezes, já vivencia uma carreira sólida. Os hobbies, o vocabulário e as experiências também são bem diferentes. Tudo isso permite uma troca de vivências muito rica.

Além disso, o que vale no encontro das almas gêmeas é algo muito mais espiritual do que material/físico. Então, por que não tentar? O casal pode estar vivenciando um reencontro de vidas passadas e deve resgatar esse relacionamento, sem temer os desafios e as dificuldades que irão enfrentar no dia-a-dia, como os comentários maldosos dos mais conservadores

Para o casal, o que conta é a experiência e o que cada um realmente quer, sem regras ou cobranças.

Monica Buonfiglio/Especial para o Terra