Saiba quem foi Carlos Castañeda
Carlos César Arana Castañeda (1935-1998) foi um antropólogo de origem latino-americana. Ele sempre escondeu o local de origem de seu nascimento. Por muito tempo, acreditou-se que era mexicano ou peruano. Mas ele era brasileiro, nascido em 1935 em Mairiporã, interior de São Paulo. Viveu sua infância no Vale do Paraíba, uma parte da sua adolescência na Argentina e depois seguiu para Los Angeles, nos Estados Unidos. Afirmou ter passado muitos anos em companhia de um feiticeiro chamado Don Juan, da tribo Yaqui, na região de Sonora, no México. Foi em Vican, na década de 60, que Carlos encontrou pela primeira vez o índio Don Juan. A partir de então, passou a relatar em seus livros o encontro com o índio. Ele descreveu sua iniciação e como se tornou um homem de conhecimento numa série de cinco livros, onde o mais importante e o primeiro deles foi A Erva do diabo. Avesso a entrevistas, pouco se escreveu sobre Carlos. Existem raras citações (uma delas, na Revista Veja em 1975). Ele dizia que sua missão era escrever livros como uma tarefa de vida, sem esperar reconhecimento da sociedade. Com o xamã Don Juan, Castañeda aprendeu a magia e a vivenciar experiências de uma realidade não-ordinária. Aprendeu sobre um sistema ordenado de crenças, com especial atenção ao uso de plantas alucinógenas, conhecidas antes da chegada dos europeus no México, de acordo com o conhecimento da cultura pré-colombiana. Don Juan conhecia as propriedades mágicas da Lophophora williamsii (peióte), da Datura inoxia e da Psilocybe mexicana, um cogumelo, e passou este conhecimento à Carlos. Castañeda se considerava um bruxo, um homem de conhecimento, um perfeito "tonal" que usava o mundo da melhor forma possível. Ele dizia que o objetivo de todo bruxo era tornar-se um impecável caçador à procura de coragem e disciplina, assumindo as responsabilidades de suas ações. Os dois primeiros livros, A Erva do Diabo - um caminho yaqui para o conhecimento (1968) e Uma estranha realidade (1971), foram best-sellers. Seus outros livros foram: Viagem a Ixtlan (1973), Fogo Interior e A arte de sonhar. Carlos influenciou muitas pessoas, especialmente as espiritualistas que buscavam explicações sobre o universo metafísico. Em 1998, foi noticiada sua morte. Apesar de todo o sucesso, Carlos vivia de maneira modesta na Califórnia. Era possuidor de um carro e duas propriedades. "Faço aquilo que pratico, aquilo que prego. E assim, sou honesto comigo mesmo".
Monica Buonfiglio/Especial para o Terra
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Monica Buonfiglio
