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Em memória de Sebastião de Brito Costa

Quando um espírito comparece a minha mesa de trabalho, geralmente ele deseja enviar uma mensagem para a pessoa que está me consultando, e obteve ordem espiritual para fazê-lo. A vidência, então, capta o recado, que eu procuro transmitir da forma mais fiel possível para meu cliente.

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Algumas vezes, o visitante vem porque deseja um acerto com o consulente, para partir em paz. Outras vezes, o desejo é acalmar o cliente, ou agradecer pelo carinho com que foi tratado nos instantes (às vezes até anos) finais. Uns vêm tristes, inconformados com sua condição. Outros vêm bravos, querendo cobrar algo do passado.

De qualquer forma, essas visitas são sempre repletas de emoção. Uma delas, que aconteceu há algumas semanas, motivou a série de reflexões que está sendo desenvolvida nessa coluna.

Nem bem a cliente chegou, senti nela uma grande tristeza, proveniente de uma perda. Seu pai havia morrido há poucos meses e a angústia de não saber como ele estava, enchia seu coração de dor.

Descrevi então a figura e a forma de ser daquele pai e, a seguir, passei a repetir a mensagem de sabedoria que ele estava me transmitindo, e que posso resumir nas seguintes palavras:

"A vida é uma aventura que nos prepara para uma grande viagem. Temos toda a existência terrena para nos dedicarmos a ganhar um bom montante e, assim, comprar o bilhete do meio de transporte que nos levará rumo à jornada final."

Dependendo da passagem no transcorrer da vida, cujo valor se eleva de acordo com os nossos próprios méritos, ou se rebaixa, no caso de más escolhas anteriores, o transporte que nos conduzirá ao nosso destino será melhor ou pior, sendo que sua condição determina o local para onde deveremos nos dirigir, e no qual teremos nossa nova chance.

Uns vão a pé, porque não conseguiram nenhum bônus para uma condução mais rápida ou confortável; outros vão de bicicleta ou ônibus lotado; outros, de caminhão.

O pai de minha consulente relatou que foi num trem, muito confortável, para um local de grande luz.

Ficou para nós o seu recado, que se resume em nos chamar a atenção para contabilizarmos bem, através de nossas ações, um bom bônus para nossa viagem final.

Marina Gold/Especial para o Terra