Três jornalistas que sobreviveram a diversos horrores, incluindo a prisão, uma bomba e um estupro, receberam na terça-feira o prêmio Coragem no Jornalismo 2001 pela cobertura intrépida das notícias em seus países. A colombiana Jineth Bedoya, a espanhola Carmen Gurruchaga e a sudanesa Amal Abbas foram premiadas por sua coragem, determinação e integridade jornalísticas pela The International Women's Media Foundation, um grupo norte-americano que vem concedendo o prêmio a mulheres jornalistas desde 1990.
Jineth Bedoya, 27 anos, repórter do El Espectador, de Bogotá, foi sequestrada, violentada e abandonada numa estrada deserta em maio de 2000, quando escrevia sobre um grupo paramilitar de extrema-direita colombiano que combate os guerrilheiros de esquerda.
"Apesar de minha dor, tenho a convicção profunda de continuar a fazer jornalismo", disse Bedoya ao receber o prêmio, em cerimônia realizada em Manhattan em homenagem às três ganhadoras.
Carmen Gurruchaga, 46, cobre as notícias sobre o grupo separatista basco espanhol ETA há 22 anos. Depois de passar anos recebendo ameaças de morte, quase morreu na explosão de uma bomba colocada em sua casa por agentes da guerrilha quando ela e seus dois filhos estavam em casa. Os três saíram ilesos.
O ataque, ocorrido em dezembro de 1997, foi resposta ao artigo que Gurruchaga escrevera no jornal madrilenho El Mundo traçando o paradeiro de um líder do ETA. A pressão a obrigou a deixar sua cidade natal de San Sebastián, no país basco, mudando-se com os filhos para a relativa segurança de Madri, desde onde continua a cobrir o ETA.
Amal Abbas, 55 anos, é editora-chefe do jornal Al Rai Al Akher (''Outras Perspectivas'', em árabe), de Cartum, e foi presa no início do ano por escrever sobre corrupção no governo. Desde que foi libertada, vem sofrendo outros tipos de assédio. Ela é a única mulher no Sudão a ser editora-chefe de um jornal.
Cada jornalista recebeu da fundação um prêmio de 2.000 dólares em dinheiro.
Reuters
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