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Quarta, 08 de outubro de 2003, 20h45
Conheça as aves migratórias

Erica Pacífico, bióloga aprimoranda

Foto: Divulgação/Zoo SP
As aves migratórias do Zoológico de SP
 

O Zoológico de São Paulo possui em seus três lagos muitas aves brasileiras (nativas) e não-brasileiras (exóticas). O mais curioso é saber que nos meses de inverno esse espaço, destinado a nossas aves, é dividido com outras espécies, as migratórias.

As aves migratórias aproveitam-se do ambiente favorável do Zôo: farta oferta de alimento e um abrigo confortável, longe de predadores. Mas só aparecem durante os meses de seca, quando a temperatura em São Paulo começa a baixar, geralmente no mês de abril. Entre elas, a maior quantidade é de marrecas-caneleiras e irerês.

Essas aves, que vivem sempre em grupo, são pertencentes a família Anatidae, que corresponde aos patos, marrecos e gansos. Podem ser consideradas nômades, pois estão sempre à procura de um lugar seguro, tanto para dormir como para fazer sua muda de penas, migrando sempre de acordo com a disponibilidade de alimento e a presença de água.

Elas possuem o bico adaptado com um reforço na ponta em forma de unha, próprio para filtrar a água e dela extrair o seu alimento, como sementes e folhas, larvas de insetos e pequenos animais aquáticos como camarões e caranguejos, chegando algumas espécies a se alimentar de pequenos peixes. Essas aves migratórias não gostam de alimentos secos e consomem muitas plantas aquáticas. E ao mesmo tempo que podem participar no controle da população de plantas aquáticas de um lago, podem auxiliar na dispersão de suas sementes por meio das fezes.

Os irerês (Dendrocygna viduata) ocorrem em todo o Brasil, com abundância no sudeste, e também na África. Os adultos, de aproximadamente 44 cm, possuem uma máscara branca, asas negras bicos e pés escuros. São mais ativos ao entardecer, quando sobrevoam assobiando, principalmente durante as chuvas. Durante o dia, descansam em bandos pequenos, permanecendo de pé à beira dos lagos, onde se alimentam.

As marrecas-caneleiras (Dendrocygna bicolor) ocorrem também em todo o País, com menor freqüência no centro-oeste. É um pouco maior que o irerê; tem 48 cm, aproximadamente, possuem as pernas altas, asas largas, bicos e pés grandes (comparado com os demais anatídeos). Sua cor é parda-acanelada e as penas sobre a cauda são brancas. O vôo dessas pequenas marrecas é bastante veloz, sempre batendo as asas, nunca planando.

Os anatídeos já sofreram muito com a caça, que hoje é proibida por lei no Brasil, mas há também uma outra ameaça a esses animais: a destruição de seu habitat, por meio do desmatamento das margens dos lagos e aterramento de áreas alagadas.

É sabido que no Rio Grande do Sul os irerês e as marrecas-caneleiras gostam de se reproduzir nas plantações de arroz, o que demostra a adaptação destas aves a áreas alteradas pelo homem.

No Zoológico de São Paulo já foram encontrados alguns ninhos e, para garantir que os filhotes nasçam com saúde, os biólogos retiram os ovos dos lagos e os incubam artificialmente num espaço especial, longe de predadores. Assim, quando nascem, estes filhotes são soltos novamente para se reunir ao grupo migratório.

No mês de Agosto, pode-se observar no Zôo de SP o retorno dos grandes bandos de irerês e marrecas-caneleiras, sempre sobrevoando ao amanhecer e ao entardecer, mas logo ao final do inverno, todas voltaram ao Rio Grande do Sul e Pantanal, novamente a procura das águas.

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