Um Corpo que Cai (Vertigo), do britânico Alfred Hitchcock, ficou em segundo, e o francês A Regra do Jogo, de Jean Renoir, em terceiro na votação dos críticos.

Para os diretores, depois de Kane vêm os dois primeiros filmes da trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, seguidos por Oito e Meio, de Federico Fellini.

Para Nick James, editor da revista Sight and Sound, do BFI, as duas pesquisas mostram que "Welles é o Shakespeare do cinema moderno". "A votação da crítica é a pedra-de-toque da opinião cinematográfica mundial. E há 40 anos 'Cidadão Kane' encabeça essa votação", afirmou.

O filme de estréia de Welles, rodado em 1941 com ele próprio como protagonista, conta a história de um magnata da imprensa. Sua narrativa e o uso da profundidade de campo mudaram a maneira de fazer cinema.

"Ao levar todos os recursos de um estúdio de Hollywood ao limite, o longa é um deslumbrante experimento formal e um convincente retrato da vida de um grande homem", disse James.

Glauber Rocha foi o diretor brasileiro mais lembrado. Deus e o Diabo na Terra do Sol recebeu três votos de críticos, e Antonio das Mortes teve um. Vida Secas, de Nelson Pereira dos Santos, recebeu dois votos. Central do Brasil, de Walter Salles, e A Hora da Estrela. de Suzana Amaral, tiveram um cada.

O BFI realiza suas respeitadas eleições com críticos e diretores a cada dez anos, desde 1952. Entre os diretores famosos que participaram neste ano estão Quentin Tarantino, Sam Mendes e Bernardo Bertolucci.

Ausências notáveis na lista foram ``Guerra nas Estrelas'' e ''Quanto Mais Quente Melhor'', filmes sempre lembrados nas votações do público. Mas alguns sucessos de sempre entraram na lista dos críticos (''Cantando na Chuva'') ou dos diretores (''Lawrence da Arábia'').