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Minority Report dá nova dimensão a merchandising no cinema

Segunda, 24 de junho de 2002, 12h43

A publicidade no cinema nunca foi tão longe. O novo filme de Steven Spielberg e Tom Cruise, Minority Report, tem nada menos do que 15 "comerciais" de marcas importantes nos 144 minutos de projeção. Não há apenas aparições de marcas e produtos em algumas cenas. Há seqüências inteiras feitas para mostrar apenas um nome, como uma passada em uma loja Gap do futuro.

Os "product placements" ("colocação de produtos") renderam aos estúdios 20th Century Fox e DreamWorks a bagatela de US$ 25 milhões, em um orçamento total de US$ 102 milhões.

Em Minority Report, o merchandising está presente em telefones celulares da Nokia, relógios da Bulgari, cerveja Guinness, cartões de crédito American Express, tênis Reebok, refrigerantes Pepsi, sorvetes Ben & Jerry’s…

Um das marcas mais presentes no filme é a dos carros Lexus, dirigidos pelo detetive John Anderton, o protagonista, e todo mundo na Washington, D.C., de 2054. A Toyota teria pago US$ 5 milhões para desenvolver os automóveis do futuro. A marca japonesa ainda tem promovido os dois modelos mostrados no filme em feiras da indústria e comerciais de TV. O investimento é apenas na imagem da empresa, porque os carros – chamados Mag-Lev, que viajam em "estradas" horizontais e verticais – não estão à venda. O cineasta, por sua vez, ganhou da Toyota um Lexus SC 430 conversível, que custa US$ 62 mil. Ele já dirigia um carro da marca.

A Nokia teria pago US$ 2 milhões para desenhar os headsets futuristas usados pelo personagem principal e seus companheiros de combate ao crime. A empresa da Finlândia também colocou à disposição da equipe cinco novos telefones celulares, filmados em partes diferentes da trama. Apenas um deles ficou na edição final da produção. Em parceria com o lançamento da fita, a Nokia colocou uma série de anúncios na mídia impressa e na TV americana em que promove o filme e seu 9290 Communicator, um telefone celular de US$ 599, lançado em maio, que recebe e envia fotografias, som e vídeo. A Nokia já colocou seus produtos em filmes como As Panteras e Matrix, além de seriados de TV como Alias e 24 Horas.

Minority Report pode ser uma mostra no presente de como o merchandising vai invadir a vida das pessoas daqui a 50 anos. Na visão futurista do diretor, todos os humanos vão ser reconhecidos por suas retinas. Outdoors vão usar scanners nos olhos das pessoas, reconhecer a identidade de cada um e mostrar anúncios direcionados para aquele indivíduo, com seu nome e os produtos de sua preferência. Em uma das cenas de propaganda mais abertas da fita, Tom Cruise entra em uma loja da Gap para comprar roupas para a personagem de Samantha Morton. Anúncios dentro da loja lembram dos produtos comprados anteriormente pelos clientes, "conversam" com eles e sugerem novas aquisições.

Cinco anos atrás, anúncios em filmes podiam render aos estúdios alguma coisa entre US$ 100 mil e US$ 500 mil. Atualmente, estes valores não têm limite. Austin Powers in Goldmember, o terceiro filme da série de comédia, conseguiu o financiamento de um set inteiro com as vendas de comerciais. A cadeia de restaurantes de comida chinesa P.F. Chang’s foi uma das empresas que pagou para aparecer na rua criada em um estúdio de Los Angeles, que custou US$ 100 mil aos patrocinadores.

Os valores, no entanto, quase sempre são mantidos em segredo. A Mercedes Benz, por exemplo, não revelou a quantia que desenbolsou para aparecer em Homens de Preto 2, que estréia na semana que vem nos cinemas dos Estados Unidos. O modelo E-500 da marca co-estrela o filme com Will Smith e Tommy Lee Jones. No novo filme de 007, Die Another Day, James Bond volta a dirigir um Aston Martin V12 Vanquish. Quando o agente secreto trocou o carro por um BMW Z3 em 007 Contra Goldeneye, de 1996, a marca alemã pagou US$ 3 milhões pelo "anúncio", mas conseguiu que a fita rendesse vendas em torno de US$ 240 milhões.

Nem sempre o pagamento é em dinheiro. O ator Johnny Knoxville ganhou 40 caixas da cerveja Miller High Life para que o produto aparecesse em seu filme Jackass, a versão para o cinema do programa hit da MTV americana (exibido no canal de TV por assinatura brasileiro Multishow). As guitarras Samick foram mostradas em Josie e as Gatinhas com a contrapartida de que o filme seria promivido nos 40 mil pontos de venda da marca nos Estados Unidos.

A técnica também pode dar errado. Muitos produtos são "queimados" quando aparecem ad nauseum em filmes, como as inúmeras vezes em que Britney Spears bebe Pepsi no filme Amigas para Sempre. Em outras vezes a promoção é menos óbvia e mais eficiente, como a das bolas de basquete Wilson em O Náufrago, no qual o produtor vira o melhor amigo do personagem de Tom Hanks. Em A Identidade Bourne, Matt Damon dirige um Mini Cooper velho e batido em perseguições pelas ruas de Paris. O filme, que mostra a agilidade do modelo, chega às telas no auge da campanha de relançamento do carro nos Estados Unidos. Product placement não é uma novidade no cinema, no entanto: o filme Uma Aventura na África, de 1951, mostrava Humphrey Bogart bebendo gin da marca Gordon's.

Ricardo Bairos/Planet Pop

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