A Alemanha comemora este mês o centenário do nascimento de Marlene Dietrich, que seus compatriotas consideraram por muito tempo uma traidora por ter se instalado nos Estados Unidos após a tomada do poder pelos nazistas.Nascida em 27 de dezembro de 1901, Maria Magdalena von Losch, seu verdadeiro nome, passou a maior parte de sua vida no exterior. Morreu em 6 de maio de 1992, aos 90 anos, em Paris, mas foi enterrada em Berlim, ao lado de sua mãe, seguindo seu desejo.
A quantidade de programas culturais previstos em dezembro em homenagem à intérprete de O anjo azul (1930) demonstra sua popularidade em Berlim e no resto da Alemanha. Além de programas de rádio e televisão, estão previstas exposições e exibições de filmes no Museu do Cinema de Berlim. Outra mostra vai abordar o tema da homossexualidade sob o título de Marlene e o terceiro sexo. O Friedrichstadtpalast, grande teatro de variedades da capital alemã, apresentará um espetáculo dedicado a Marlene a partir de 28 de dezembro.
Revelada pelo diretor Josef Sternberg (autor de O anjo azul) no final dos anos 20, Dietrich abandonou a Alemanha nazista para se instalar nos EUA, onde se converteu rapidamente em um símbolo de Hollywood. Em sua única visita à Alemanha, em 1960, foi recebida como traidora por ter se convertido americana e por ter cantado aos soldados americanos durante a Segunda Guerra Mundial.