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Baz Luhrmann quer levar filme à Broadway

Quinta, 23 de agosto de 2001, 18h04

Foto: Luciana Rocha
O diretor durante coletiva realizada no Rio de Janeiro
O diretor Baz Luhrmann estve no Brasil para divulgar seu novo filme, Moulin Rouge. O cineasta concedeu uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro, e contou que não pretende ser lembrado apenas por seus musicais - além do novo filme, que tem Nicole Kidman e Ewan McGregor, ele também fez Romeu + Julieta e Vem Dançar Comigo. Apesar disso, ele garante que não fará mais longas do tipo "cortina vermelha".

"A música sempre fez parte da minha vida, desde pequeno", declarou Luhrmann. O cineasta contou que pretende transformar Moulin Rouge em um espetáculo da Broadway. "Sempre faço isso com meus filmes, é uma progressão natural do meu trabalho", explicou.

Futuro - Baz Luhrmann ainda não sabe como será seu próximo filme. "Só sei que será muito diferente, tanto estética quanto tematicamente. Não quero mais musicais teatrais, nem usar dispositivos da dança e do texto antigo, com mitos escondidos", declarou, referindo-se a Moulin Rouge, que é explicitamente inspirado na tragédia de Orfeu. Enquanto isso, o cineasta toca um projeto em parceira com David Bowie, sobre o qual não quis dar detalhes.

Música Consensual - Questionado sobre a seleção das músicas usadas em Moulin Rouge, Luhrmann disparou: "Eu sei que as pessoas acham que a escolha foi da minha coleção pessoal, mas na verdade elas foram escolhidas no caminho, apenas para contar a história. Uma das regras básicas do mito de Orfeu é que quando ele canta, todos o seguem. Eu precisava então escrever palavras e, junto ao outro roteirista Craig Pearce, percebi que não éramos poetas, e precisava colocar palavras muito maravilhosas para levar a platéia. Foi aí que acabei escolhendo as músicas, e no fim usei canções que são unanimidades". O cineasta usou como exemplo a música All You Need is Love, dos Beatles. "Você goste ou não, ela é um consenso", explicou. "Não julgei se as músicas são alta cultura ou baixa cultura, mas sim optei por aquelas que sobrevivessem no tempo e na geografia, e falassem sobre o amor", resumiu.

O diretor garantiu ainda que conseguir as autorizações de uso foi muito fácil. "Alguns artistas, como Bono, Bowie e Sting, eu já conhecia. Todos ficaram entusiasmados de saber que sua música faria parte de algo bem maior", contou. Os únicos que não autorizaram o uso de suas músicas foram Cat Stevens - "por causa do enfoque religioso" - e Donna Summer - "ela não gosta da gente mesmo".

Contribuição - Sobre a escolha dos protagonistas, Luhrmann contou que fez teste com dezenas de atores.
"Nicole Kidman foi escolhida porque tem a sensualidade de Marlene Dietrich e leveza de uma mulher verdadeira, não é inalcançável. Já Ewan é muito dramático, mas consegue passar ingenuidade", elogiou. "Os atores contribuíram muito com idéias, e gosto dessa história dos atores poderem dirigir a história. Eles sabem muito mais dos personagens que eu".

Locação - Depois de pesquisar sobre o mito de Orfeu, o cineasta foi procurar um lugar para filmar seu musical. A locação devia remeter à boemia e ao submundo. "Percorri vários lugares pelo mundo. Passeando por Paris, descobri o Moulin Rouge. O lugar simbolizava perfeitamente a venda do amor, a prostituição", contou.

Moulin Rouge abriu o Festival de Cannes e é sucesso de público e crítica nos países em que já estreou.

Luciana Rocha
Enviada ao Rio de Janeiro

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