Desde as cenas de luta acrobática de Matrix até as proezas de artes marciais de As Panteras, o estilo asiático de cinema já se integrou ao cinema mundial, diz o diretor asiático-americano Wayne Wang. As cenas estilizadas de luta que são emblemáticas dos filmes de artes marciais e os disparos dos suspenses sobre gângsteres de Hong Kong já foram adaptados e absorvidos pelos cineastas ocidentais, disse Wang à Reuters em entrevista recente.
O único problema, disse o cineasta de 52 anos, é que, enquanto o estilo asiático faz sucesso, os filmes propriamente asiáticos-americanos vêm perdendo espaço.
Wang, que nasceu em Hong Kong, tornou-se pioneiro do cinema independente em 1981, com seu filme Chan is Missing, e fazendo filmes sobre a experiência de chineses nos Estados Unidos, como O Clube da Felicidade e da Sorte, de 1993.
Quando comentou o início de sua carreira e da de Ang Lee, o diretor (nascido em Taiwan) de O Tigre e o Dragão, Wang falou com alguma tristeza sobre a perda de vigor do movimento do cinema asiático-americano que eles ajudaram a criar.
Houve uma época, no início dos anos 1990, quando o cinema asiático-americano estava deslanchando. Wang preparou o terreno, na década de 1980, como filmes como Chan is Missing, Dim Sum - A Little Bit of Heart e Por uma Xícara de Chá.
No início dos anos 90, O Clube da Felicidade e da Sorte, de Wang, sobre mães chinesas nos EUA e suas filhas, fez sucesso com o público geral. Enquanto isso, Ang Lee fazia seu nome com filmes simpáticos sobre chineses e seus descendentes em Nova York, como O Banquete de Casamento e A Arte de Viver.
Wang disse que não é fácil encontrar financiamento para filmes asiáticos-americanos. Ele está tentando levantar dinheiro para seu próximo projeto, uma versão para o cinema do livro A Gesture Life, do autor coreano radicado nos EUA Chang-rae Lee. É a história de um imigrante japonês de origem coreana que sofre injustiças na época da guerra.