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Há 20 anos o cinema perdia Mazzaropi

Terça, 12 de junho de 2001, 19h35

Reprodução
Cena do filme "Jeca e o seu Filho Preto"
Amácio Mazzaropi, um dos mestres da comédia brasileira, imortalizou o personagem "Jeca" e, durante vários anos, lotou as salas de cinema de todo o país. Há 20 anos, no dia 13 de junho de 1981, o ator, diretor e produtor morreria vítima de um câncer na medula.

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    Ator
    Diretor
    Produtor

    Amácio Mazzaropi nasceu em São Paulo, em 1912, e foi para Taubaté ainda criança. Aos 14 anos, saiu de casa para seguir a carreira artística. Naquela época, segundo o ator, o gênero de peças que fazia sucesso no teatro era caipira. Foi através do trabalho dos atores Genésio e Sebastião de Arruda que Mazzaropi passou a trabalhar no teatro pintando cenários.

    Desistiu de pincel e passou a investir na carreira de ator. Foi na busca pelo interiorano que ele criou seu personagem: caboclão bastante natural, na roupa, no andar e na fala. Foi daí que nasceu Mazzaropi. Com o personagem, partiu para turnês em circos, teatros, recitando monólogos dramáticos, fazendo a platéia rir e chorar. Apesar disso, sua grande preocupação era conversar com o público como se fosse um deles. Ganhava 25 mil-réis por apresentação quando começou.

    Em 1945, Mazzaropi faz seu primeiro trabalho no teatro profissional, com a peça Filho de sapateiro, sapateiro deve ser. Em 1946 é convidado pelo diretor da rádio Tupi para trabalhar durante três meses no programa Rancho Alegre. Com o sucesso, seu contrato foi estendido por sete anos. Mazzaropi trabalhou no rádio junto a Hebe Camargo em 1947. No mesmo ano, trabalhou no teatro de revista junto com Dercy Gonçalves.

    Em 1950 foi para o Rio de Janeiro inaugurar o canal 6, a TV Tupi, emissora em que estreou o seu programa semanal com o nome conhecido de Rancho Alegre e começou sua vida na televisão. Um dia, num bar localizado ao lado do Teatro Brasileiro de Comédia entrou Abílio Pereira de Almeida. A televisão estava ligada e o programa de Mazzaropi estava no ar. Ele o viu. Uma semana depois, após uma série de testes foi aprovado e contratado pela Vera Cruz para fazer o seu primeiro filme: Sai da Frente.

    Mazzaropi ainda filmou mais dois filmes na Vera Cruz, antes da Companhia passar por sérias dificuldades financeiras. Ainda assim, para não perder o ator de maior sucesso nacional da época, seu contrato foi renovado por mais dois anos sem que o artista tivesse de trabalhar para receber.

    Depois do sucesso de seu oitavo filme Chico Fumaça, Mazzaropi percebeu que seu talento estava sendo explorado e decidiu fazer filmes onde, além de ator principal, seria produtor, diretor e distribuidor. Foi em em 1958 que fundou a PAM Filmes. Através da empresa, passou a ter o controle total sobre suas produções. Foi também em 58 que ele produziu seu primeiro filme Chofer de praça, ainda dependente de estúdios para filmagens internas, no caso a Vera Cruz.

    Além deste, Mazzaropi produziu, atuou, dirigiu e foi o distribuidor de mais vinte e três filmes. Um caipira em Bariloche foi o primeiro filme rodado fora do Brasil, na Argentina. Com o sucesso da crítica e público, Mazzaropi decide gravar outro filme no exterior, agora em Portugal, chamado: Portugal... minha saudade.

    Desde o início de sua carreira, o ator conquistou o público com o tipo que o consagrou: o caipira. O mais marcante de todos foi o simplório Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato que foi personificado pelo comediante. Apesar de nunca ter lido nenhum dos textos do autor, Mazzaropi apresenta em seus personagens uma semelhança muito nítida com o estereótipo de Jeca Tatu, até o ano de 1958, quando interpreta o próprio personagem no filme de mesmo nome.

    Fazendo o homem do campo simplório que, com muita esperteza, sempre se dava bem nas mais variadas situações, Mazzaropi criava uma estreita relação com seu público, que via no comediante a sua imagem.

    Mazzaropi detém a constante marca de um filme por ano, tendo realizado 32 filmes, sendo 24 produzidos por ele. Seu último filme foi Jeca e a égua milagrosa, sendo que o roteiro de seu trigésimo terceiro filme teve de ser interrompido por causa da sua morte em 1981.

    Recordista nacional de bilheterias, brilhou em filmes O Fuzileiro do Amor (1955) e O Noivo da Girafa (1956). O primeiro ator e produtor da América Latina, simplesmente foi esquecido pelos livros. Mesmo batendo todos os recordes nacionais de bilheteria, o ator amado pelo públcio, era odiado pela crítica.

    Redação Terra

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