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Camurati arrisca em comédia musical
Carla Camurati é talvez a prova viva de que é possível fazer cinema brasileiro com muita vontade. Protagonista da retomada da cinematografia nacional ao apostar no folclore e no exagero histórico de Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, sucesso que levou mais de um milhão de espectadores às salas, a atriz e cineasta volta à cena na direção da ópera La Serva Padrona, produzido com escassos R$350 mil e vencedor do 2º Prêmio HBO de Cinema em 97.
Realizado
a partir da ópera composta em 1733 por Gianbatista Pergolesi,
La Serva Padrona conta as desventuras da criada Serpina, educada desde
a infância pelo patrão Uberto. Ao chegar à idade adulta,
Serpina cai de amores pelo patrão e urde
uma série de "armadilhas" para conseguir casar com Uberto,
com a cumplicidade do criado Vespone.
Apesar da carreira breve,
Pergolesi é considerado um compositor
de grande importância na criação de óperas
cômicas, especialmente depois do sucesso de La Serva
Padrona alcançado na França, em 1752. Apesar de constituir
apenas uma introdução às óperas por ser uma
história curta e ingênua, a peça passou a ser montada
como ópera principal em diversos países.
Carla Camurati adaptou o roteiro a partir da montagem
que dirigiu no Sesi Minas, em 1996. Morto
logo após as filmagens, o ator Thales Pan Chacon interpreta o criado
Vespone. A dupla que protagoniza a comédia ficou a cargo
dos cantores mineiros Silvia Klein e José Carlos Leal. A fotografia
é de Breno Silveira e o cenário é assinado por Renato
Theobaldo e Renata Bueno. (Cássia Borsero)
