Todd Solondz destroça o ideal burguês de Felicidade
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Depois de sublimar a
crueldade adolescente no sarcástico Bem-vindo à Casa
de Bonecas, Todd Solondz ataca a normalidade da vida suburbana americana
na comédia Felicidade,
vencedora do prêmio da Crítica no Festival de Cannes de 1998
e do prêmio do público na 22ª
Mostra Internacional de São Paulo.
Felicidade
é uma divertida incursão pelo ladro negro da satisfação
burguesa. Ambientado nos subúrbios de New Jersey, onde
Solondz cresceu, o filme gravita em torno das irmãs Jordan e da
perversão oculta nas relações cotidianas.
 Lara Flynn Boyle vive a bem-sucedida escritora Helen |
Trish
(Cynthia Stevenson), a mais velha, é a encarnação
do sonho americano: vive em uma linda casa, tem filhos adoráveis
e um marido perfeito. Helen (Lara Flynn Boyle) é uma
bem-sucedida escritora, mergulhada em futilidades. Joy (Jane Adams) é
uma fracassada e solitária operadora de televendas, que só
consegue atrair homens perdedores ou degenerados. Apesar da preocupação
de Trish e Helen pelo destino de Joy, as irmãs vivem completamente
imersas nos próprios problemas.
Cansada das noites de sexo descomprometido, Helen se interessa por Allen
(Philip Seymour
Hoffman), um nerd reprimido que sente prazer em fazer ligação
telefônicas obscenas. O marido perfeito
de Trish, o psicanalista Bill (Dylan Baker), não passa de um pedófilo
que estupra o melhor amigo do filho e se masturba com revistas pornográficas.
Os pais de Trish, Helen e Joy, Lenny e Mona (Ben Gazzara e Louise Lasser),
estão à beira do fim de um casamento de quarenta anos, mas
não fazem grande esforço para se separarem. Para Lenny,
a maioria das coisas perdeu qualquer interesse ou importância. Pelo
filtro do humor negro de Solondz, a sordidez e a perversão são
apenas variáveis do desespero e da infelicidade crônica.
Leia a opinião de Carlos Gerbase sobre o filme
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