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PMs que mataram estudante são condenados a 15 anos

Terça, 27 de junho de 2000, 17h28min
Os ex-policiais militares Marco Antonio Dutra Silva e Sergio Sanches Franceschini foram condenados nesta terça-feira a 15 anos de prisão pela morte do estudante Glederson Carlos da Cruz, de 18 anos, em Santa Bárbara D´Oeste, interior de São Paulo.

O rapaz foi morto com um tiro na cabeça, na madrugada do dia 10 de janeiro de 99, ao tentar pular o muro do Clube União Barbarense, para entrar em um baile sem pagar ingresso. O julgamento durou quase quinze horas e terminou no início da madrugada desta terça-feira, em Americana, cidade vizinha a Santa Bárbara D´Oeste.

A sentença foi anunciada pela juíza Adriana Porto Mendes depois que o júri popular condenou os dois policiais por unanimidade. Os seguranças Ronaldo Benedito Ferreira e Antonio Lima Silva, que estavam no local quando o rapaz foi assassinado, foram absolvidos por não terem participação direta no crime. "Foi feita justiça", disse a mãe de Glederson, a dona de casa Maria Aparecida Cruz, que acompanhou o julgamento desde o início.

O advogado de defesa dos ex-policiais, Jesus Ariel Gomes, disse que vai recorrer ao Tribunal de Justiça para tentar anular a sentença e forçar um novo julgamento. Ele fundamentou a defesa na tese de disparo acidental e legítima defesa. Essa versão, porém, foi desmentida pelo segurança Antonio Lima da Silva, que confirmou o assassinato. Segundo ele, o estudante já estava dominado e não tentou reagir.

Os ex-policiais foram levados para o presídio Romão Gomes, da PM, em São Paulo. Franceschini era sargento e Silva, soldado. Os dois foram presos em flagrante durante as investigações, coordenadas pelo delegado João Sergio Marques Batista. Durante todo o inquérito, os acusados negaram ter executado o estudante, mas os indícios apontavam para o assassinato.

O crime revoltou os moradores de Santa Bárbara D´Oeste. Ao tentar pular o muro do clube para entrar no baile, Glederson foi flagrado pelos dois policiais, que faziam "bico" como seguranças. Eles levaram o estudante para a sauna do clube e o executaram com um tiro na cabeça. Em seguida, com a ajuda de outros dois policiais militares, colocaram o corpo num saco plástico e o jogaram no rio Piracicaba.

Uma semana depois do crime, o corpo de Cruz foi encontrado no distrito de Artemis, próximo a Piracicaba. Por causa do adiantado estado de decomposição, o cadáver foi reconhecido por engano como Cristiano da Silva e sepultado em Campinas. Em março, porém, a Justiça determinou a exumação para retirada de material que seria usado num novo teste de identificação. O resultado, divulgado pelo perito Eduardo Daruge confirmou que o corpo era do estudante.

Os outros dois policiais militares que ajudaram a jogar o corpo no rio Piracicaba, o cabo Dimas José Costa e o soldado Edmilson José Bueno, serão julgados por ocultação de cadáver em outra data, pois o processo foi desmembrado. O advogado Antonio Pereira Veiga, assistente da promotoria, disse que pretende ingressar com uma ação para que o clube onde o rapaz foi morto pague uma indenização à família.
Agência Estado

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