O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou nesta segunda-feira a atitude dos professores estaduais que fizeram greve em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.Lula reclamou que esses professores tratam sem "nenhuma diferenciação governos de oposição e governos ligados ao Palácio do Planalto". "Tanto na greve do Sul quanto na greve em Minas, os professores, embora grande parte deles sejam nossos amigos, ou militantes, ou próximos, não fizeram nenhuma diferenciação entre Itamar Franco (sem partido, governador de Minas), Olívio Dutra (PT, governador do Rio Grande do Sul), Mário Covas (PSDB, governador de São Paulo) ou Espiridião Amin (PPB, governador de Santa Catarina)", afirmou.
A greve dos professores em Minas, que durou 42 dias e acabou na semana passada, resultou em um rompimento institucional entre Itamar e o PT. O governador mineiro queria o apoio dos petistas a sua ameaça de demitir os professores não-concursados que continuassem em greve. O objetivo de Itamar não foi alcançado.
Em viagem a Minas para lançar um projeto do Instituto da Cidadania pela erradicação do déficit habitacional no país, Lula cobrou dos professores uma "atitude mais política". "Eu penso que o acirramento dos ânimos também é por conta dessa falta de compreensão política, de não perceber que você está lidando com gente diferente. O Olívio teve 28 dias de greve contra ele, e o sindicato é de gente ligada ao PT", reclamou.
Falando sobre o rompimento institucional ocorrido entre o PT e Itamar – que ensaiam uma aliança para as eleições presidenciais de 2002 –, Lula disse que a "relação continua intacta". De acordo com Lula, mais do que uma crise, havia uma "divergência política" .
