O ministro da Justiça, José Gregori, e o governador Mário Covas (PSDB) admitiram, nesta segunda-feira (26), a hipótese de o Estado sediar um presídio federal. A proposta, discutida à tarde, não foi detalhada. Gregori e Covas se reuniram no Palácio dos Bandeirantes para avaliar o Plano Nacional de Segurança Pública, lançado na semana passada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O secretário da Segurança Pública, Marco Vinício Petrelluzzi, também participou do encontro.O novo presídio faz parte da proposta do governo federal de atuar em parceria com os Estados para combater a violência e a criminalidade e melhorar a segurança no País. Segundo o ministro Gregori, o governo desembolsará cerca de R$ 320 milhões até o final do ano para financiar projetos. A verba não será repartida entre os Estados. Os governadores terão de apresentar projetos de segurança pública a um comitê de gestão, que vai avaliar as propostas para determinar a aplicação dos recursos.
A apresentação do projeto, explicou Gregori, não significa que o pedido será atendido de pronto. Para o ministro, o atendimento parcial dos projetos não deve impedir a melhora na segurança pública. "Não vamos mudar o quadro da violência de um dia para o outro", disse. "É preciso somar as forças do governo, Estados e municípios nessa luta, formando uma força-tarefa", avaliou o ministro.
Nos próximos 40 dias, o governo federal deverá abrir 460 cargos na Polícia Federal. Até o final do ano, José Gregori promete cumprir a meta de contratar mais dois mil policiais para reforçar a PF em atuação mútua com as polícias civis e militares.
O governador evitou estimar a verba necessária para a segurança no Estado de São Paulo. Afirmou que a atual gestão investiu cerca de R$ 200 milhões em reformas de penitenciárias, unidades da Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem) e centros de detenção provisórios.
Covas reconheceu que não diminuiu a violência nos seus mandatos, mas ressaltou que, pelo menos, evitou o crescimento da taxa de criminalidade. Ele calcula que entre janeiro e julho deste ano foram registrados 1.348 homicídios nos finais-de-semana em São Paulo, ante 1.351 no mesmo período do ano passado. Além disso, ele destacou que atualmente a polícia prende mais do que nos governos anteriores.
O Estado de São Paulo abriga 55.087 presos em 62 unidades, embora a capacidade atual seja de 52.592 pessoas. Ou seja, o Estado precisa de mais 2.495 vagas para atender à demanda. Esses números, porém, não incluem a população carcerária distribuída nos distritos policiais e nas cadeias públicas, que acomodam cerca de 34 mil presos em apenas 18 mil vagas, segundo a assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública.